“Hoje em dia, as pessoas não fazem música, fazem apenas beats para dançar”, diz Mestre Dangui
Por: Hélio Cristóvão
A trabalhar no seu segundo projecto discográfico intitulado “Amém”, Mestre Dangui, que viu sua tournée pelas cidades de Angola canceladas por conta da pandemia da Covid-19, falou em entrevista ao PLATINALINE sobre a sua carreira, ponto de vista do mercado musical nacional e projectos futuros.
O músico, caracterizado pelos estilos Afro House e Afro Beat, começou por adiantar que o seu próximo álbum que trará duas partições, uma angolana e outra nigeriana, cujos nomes não foram revelados, fará uma abordagem sobre vários factos observados à nível do continente africano e da música nacional, cujo objectivo é dar valor à humanidade.
“De 2012 à 2016, a música angolana baixou internacionalmente, hoje em dia, as pessoas não fazem música, fazem apenas beats para dançar”, afirmou.
Convidado a fazer uma abordagem sobre o mercado musical, o autor de “Yamafuta”, “Niamakofina” e outros sucessos frisou que o mercado angolano não é aberto para todos os artistas, pois já foi muitas vezes barrado por produtoras e promotores de eventos.
Sobre a sua relação com outros músicos, Dangui diz não ter atritos com nenhum deles, pois, segundo o mesmo, “Kixiquila das crianças não demora”, acrescentando que “em Angola todos os artistas são hipócritas”, afirmação esta que justifica pelo facto de, a seu ver, não existir manifesto de orgulho entre si quando um compatriota atinge níveis internacionais.
Durante o período de pandemia em que os artistas estão inactivos, Dangui relata que tem feito outros negócios para sustentar a si e a sua família, além de apoios dos seus parceiros.
Para projectos futuros, o artista avançou que tem maquetado o seu terceiro álbum discográfico, álbum este denominado “Mudança de planos”, que será o álbum mais internacional da sua carreira.