Por: Hélio Cristóvão
Impossível falar da telenovela angolana “Reviravolta” sem citar a vilã mais misteriosa e aparentemente ingénua de todos os tempos. Estamos a falar da actriz Teresa Alexandre Victoriano, que deu vida à terrível personagem “Teresa”, a vilã da história. Lembra-se dela, pois sim?
Após a exibição da novela em estreia, em 2003, pouco ou nada se ouviu falar sobre actriz, que na época fez um grande sucesso com a personagem. Mas afinal, por onde ela anda? O que faz actualmente? Estas e outras questões serão respondidas ao longo da matéria.
Para além de nunca ter sido contactada para propostas em outros projectos, Teresa contou com exclusividade ao PLATINALINE que, trabalha nas Edições Novembro E.P (Jornal de Angola), onde é funcionária desta empresa há 32 anos, numa área que exige muito a sua presença diária.
“Nos últimos tempos, mesmo que me tivessem apresentado uma proposta, seria um pouco difícil participar, devido a especificidade do meu trabalho, que exige em algumas vezes sair de Luanda”, disse.
Para além de ter participado na novela Reviravolta, teve também participações na novela Vidas Ocultas e no Filme Na Cidade Vazia, porém, a personagem com a qual é mais reconhecida quando sai à rua é claramente a vilã Teresa. “Felizmente as pessoas não ficaram com ‘ódio’ da personagem… Há jovens que me vêem na rua e reconhecem-me, admiram-me porque na altura eram crianças e agora já constituíram famílias. Elogiam-me muito pelo grande trabalho, vou a vários sítios e felizmente até hoje sou bem reconhecida e elogiada dentro e fora do país.”
Com saudades do teatro e das novelas, a actriz conta que tem sido cobrada pelo público para voltar a actuar, porém, não depende apenas da sua vontade.
“Não tenho participado em outros projectos, mas, não quer dizer que este outro lado está arquivado definitivamente”, ressaltou.
A actriz deixou ainda o seu parecer sobre o actual mercado da teledramaturgia em Angola, mercado este que considera ainda precário.
“Já tivemos muitas oportunidades para termos um mercado reconhecido internacionalmente e recheado de projectos. Há muitos projectos bons que podem ser trabalhados, já houve na altura da gravação do Reviravolta, empresas que se prontificaram em patrocinar outros projectos, se tivéssemos apostado mais alto, hoje teríamos um mercado rico em dramaturgia”, clarificou.
Para concluir, Teresa falou sobre a necessidade de se erguer mais escolas de arte, para estimular ainda mais o interesse pelas artes cénicas, pelo que, acredita na vontade que as pessoas têm para trabalhar. “Temos muitos bons actores escondidos nos bairros, apresentando os seus dons nos mercados e ruas porque não há incentivo nem reconhecimento dos pequenos e grandes actores”.