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    Sebastião António Vemba ‘O jornalista do ano’

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    Apesar de ter ganho recentemente o prémio de melhor jornalista de África, na categoria de Língua portuguesa,
    Sebastião Vemba sente-se descontente por não ter concorrido a nenhum prémio do género a nível nacional, mas espera alcançar o feito no próximo ano.

    Quando é que entrou para o Mundo do jornalismo?
    Em 2006, através de um amigo e “irmão em Cristo”, que gostou das minhas crónicas e outros artigos que publicava num jornal mural da Igreja.

    Também jornalista?
    Sim, ele trabalha no Folha 8 e aconselhou-me a levar os meus documentos ao jornal. Foi o que fiz e fui admitido com estagiário. Também não devo esquecer que foi graças à paciência de profissionais como Ireneu Mujoco e António Seitas que aprendi algumas técnicas de escrita jornalísticas (na altura já recebia alguns elogios em relação ao domínio da Língua Portuguesa.

    Sempre foi o seu sonho?
    Sempre tive sérios problemas em relação ao que fazer na faculdade ou que curso seguir. Olhe que já passei por duas faculdades, uma de Relações Internacionais e outra de Direito, mas nenhuma delas está concluída. Mas hoje já sei que Línguas e Comunicação, talvez Marketing, são as áreas que me realizam.

    Conte-nos como é que foi para chegar ao prémio CNN.
    Desde 2008, quando chegaram à redacção do “Novo Jornal” alguns formulários para o prémio. Lembro claramente que o director-geral deste órgão, Victor Silva, nos dizia que não custava nada tentar, mas eu e mais alguns colegas na minha faixa etária dizíamos que aquilo era coisa de mais velhos.
    Entretanto, em 2009, uma das editoras do jornal disse-me que se ela estivesse no meu lugar enviaria todas as minhas reportagens sobre o desalojamento da população do bairro Benfica, na Ilha. Eu lembreime do que o Victor Silva dizia, juntei as reportagens e enviei-as aos escritórios da Multi-Choice, onde os trabalhos eram recebidos, e, meses depois, fui informado que era um dos finalistas e, graças a Deus, cheguei a ganhar na categoria de melhor jornalista em Língua Portuguesa.

    Depois de ter entregue os seus artigos teve alguma esperança?
    Para ser sincero não, mas a minha maior satisfação foi saber que o prémio já tinha sido ganho por gurus do jornalismo angolano, nomeadamente José Luís Mendonça e Ernesto Bartolomeu.

    Pensa em continuar no jornalismo, ou pretende enveredar por outras áreas?
    Como disse antes, penso em jornalismo ou letras. Estas são áreas que me realizam. Se a bolsa que o Ministério da Comunicação Social pretende oferecer se concretizar, como será interna, farei Línguas e Administração da Universidade Católica.

    Fale-nos também dos piores momentos que viveu ao longo da sua carreira?
    Os primeiros anos são sempre os mais difíceis e acho que só agora as dores têm sido atenuadas. Refirome à incapacidade ou, às vezes, à dificuldade de aceder às fontes, à inexperiência e também, por vezes, ao tratamento menos simpático que recebemos dos nossos superiores hierárquicos.

    Quais são os seus projectos futuros?
    Voltar à faculdade e arranjar algum tempo para as outras minhas paixões, nomeadamente a música e a escrita literária.

    Que apreciação faz do jornalismo nacional?
    Essa é uma questão muito difícil de se responder, por duas razões. Primeiro, porque sou jornalista há apenas 4 anos e não me considero com autoridade para falar sobre o assunto;    segundo, porque ando um pouco distraído do que acontece na comunicação social.
    Ainda assim, respeito a velha geração e admiro o trabalho de jovens jornalistas, particularmente os da Rádio Ecclesia, uma das que mais ouço, e os da TV Zimbo. Gosto das reportagens da Joana Tomás e do Kabingano Manuel, estes dois da Televisão Pública de Angola.

    Que visão tem para o futuro da comunicação social?
    Uma comunicação social cada vez mais pluralista. Aliás, foi isso que aconteceu com a atribuição do prémio de melhor jornalista na categoria de imprensa a Gustavo Costa, apesar do carácter crítico e contundente dos seus artigos.

    Que apelo faz aos mais novos da profissão?
    O que aprendi, ao longo destes anos, é que devemos ser, acima de tudo, inimigos da preguiça, amigos da verdade, de modo a que não poupemos esforços em desvendar os factos. É também necessário que sejamos auto disciplinados.

    Perfil

    • Nome: Sebastião António Vemba
    • Idade: 26 anos
    • Natural: Luanda
    • Nacionalidade: Angolana
    • Estado Civil: Solteiro
    • Formação Académica: Segundo ano de Direito (curso interrompido)
    • Desporto Preferido: Basquetebol
    • Prato preferido: Caldeirada de carne
    • Melhor livro: Felicidade Um Trabalho Interior
    • Melhor filme: O Último Samurai
     escrito Hamilton viage do jornal o pais 

    Fonte: Jornal O Pais. 

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