Por: Hélio Cristóvão
Quem diria que a colaboração musical entre Hélio Baiano, Itary e Edgar Domingos, na música “Beijei”, lhe renderia um convite para fazer parte de uma das maiores produtoras musicais do mercado angolano actualmente? Isso mesmo! Durante conversa com o PLATINALINE, Itary falou sobre o seu início de carreira, escolha do estilo Hip Hop, contou um pouco da sua trajectória artística e finalmente falou sobre a sua estada na Clé Entertainment, sendo, junto da Edmázia Mayembe, as únicas Mulheres da produtora.
Acompanhe a entrevista:
PLATINALINE: Quando foi que se descobriu como artista (cantora)?
ITARY: Quando mais nova, no decorrer da minha infância, comecei a perder a timidez e, de forma séria, mostrar ao Mundo a minha arte, em 2015.
PLATINALINE: Por quê da escolha do Rap?
ITARY: A princípio, eu gostava e gosto de R&B, mas sempre reparei que não tinha um timbre vocal suficientemente bom, acabei por escolher o Rap porque me identificava e tenho parte da minha personalidade voltada para o Rap e o convívio desde tenra idade com Rappers nos colégios influenciou bastante, sem esquecer que sempre fui apaixonada pelo Hip-Hop da América e que me inspira até hoje.
PLATINALINE: Quais foram as produtoras pelas quais já passou?
ITARY: Estou vinculada à CombinaSons Records desde 2015, digo tê-los como família, ou seja, sangue.
Estive vinculada à Produtora Hey Hey Heyyy num período de um ano (2019 a 2020).
PLATINALINE: Fala-nos especificamente sobre a sua passagem pela Hey Hey Heyyy.
ITARY: Foi uma excelente trajectória, aprendi muito com o CEO da mesma, o Sarissari “Mano Velho”, por quem tenho um carinho enorme até hoje e que de certa forma ainda influencia muito no meu trabalho, dá-me conselhos e direcciona no que for necessário.
A Hey Hey Heyyy deu-me, de facto, a exposição que pretendia na altura, pisei em grandes palcos como a Bienal de Luanda, e sou muito grata por tudo que a Hey Hey Heyyy fez e faz por mim.
PLATINALINE: Como foi parar na Clé Entertainment?
ITARY: (Risos.) A pergunta do momento. Na verdade, já estava a trabalhar de forma independente apenas com o apoio da Combina Sons, produtora a que pertence o Enock Arrastão (Rapper), e no decorrer desse tempo, estive a analisar várias propostas de várias produtoras, mas achava não ser o momento certo. Nessa senda de actividades de forma independente, o Edgar Domingos convidou-me para cantar a música que temos juntos, intitulada “Beijei”, e após a minha actuação, recebi o convite por parte da Clé para ser a segunda mulher a assinar com a produtora, tomei um susto de felicidade por saber que são uma das maiores produtoras do país, mas, ainda assim, contive a emoção e decidimos reunir para abordar o convite feito, foram por aí umas três reuniões da minha equipa particular com a equipa da Clé, até que finalmente assinei e tornei mais um sonho realidade juntamente com a protecção e direção de Deus. E cá estou!
PLATINALINE: Acredita ser a sua maior conquista profissional até então?
ITARY: Sim. Foi um grande passo na minha carreira musical, acredito ser sim uma das maiores conquistas até agora. Mas acredito e tenho Fé que após essa, existem muitas mais que estão por vir e que de certa forma será consequência dessa primeira.
PLATINALINE: Certamente já tem projectos em carteira, pois já a vimos em estúdio. O que vem daí?
ITARY: Sim… vem muita música boa e de qualidade, estamos a trabalhar muito para conseguirmos superar as expectativas, o resto teremos de aguardar para ouvir e ver.
PLATINALINE: Está a trabalhar exclusivamente com a Clé?
ITARY: por enquanto sim, mas com a colaboração da minha equipa pessoal que está composta pela Will Celeste, minha assistente/agente pessoal, pelo Enock Arrastão, mentor e orientador, pelo Casimiro Game, meu auxiliar, e pelo meu Advogado José Viríssimo.
PLATINALINE: Que perspectivas tem dentro da produtora?
ITARY: crescer como artista, vendo que eles têm um bom repertório e muita mais estrada.
PLATINALINE: Que olhar tem sobre o actual mercado musical?
ITARY: eu acho que o mercado musical tem crescido muito, hoje somos muito mais conhecidos e consumidos dentro e fora de Angola. Apesar de que muito ainda tem por se fazer e aprender, principalmente com esta nova realidade do mundo com o Covid, as plataformas digitais têm sido os meios mais usados e procurados, então nós, músicos angolanos, estamos, de alguma forma, em fase de adaptação.