Dois novos metais pesados foram adicionados à tabela periódica este mês: os elementos de números atômicos 114 e 116.
Descobertos há mais de 10 anos (1999 e 2000, respectivamente), só agora eles foram confirmados pela Iupac (International Union of Pure and Applied Chemistry), entidade internacional de química pura aplicada.
Com a aceitação oficial, o 114 e o 116 passam a ser os elementos mais pesados da Tabela Periódica. Por enquanto, “ununquadium” e “ununhexium” são os nomes que guardam o seu lugar na tabela, mas as equipes responsáveis pela descoberta (Lawrence Livermore National Laboratory, EUA, e Dubna Joint Institute, Rússia) já cogitam opções. O 114 seria “flerovium”, em homenagem ao físico russo Georgy Flyorov, e o 116 “moscovium”. Os nomes ainda precisam ser aprovados – mais uma etapa no burocrático procedimento na aceitação de novos elementos.
A demora é justificada pela própria característica dos novos elementos – e pelos rigorosos critérios da IUPAC. O peso dos elementos químicos é determinado pela quantidade de prótons que possuem – um valor expressado justamente pelo número atômico. O problema é que os elementos mais pesados que o Urânio (número 92) não são encontrados na natureza. Para produzi-los, em geral, é preciso colidir núcleos mais leves e formar estruturas com mais de 92 prótons. O resultado dura apenas uma fração de segundos antes que decaia, então é preciso uma quantidade de dados massiva para provar que, de uma determina colisão, foi gerado um novo elemento.
No ano passado, a IUPAC aprovou o elemento 112, batizado de Copernicium (símbolo Cn). Ele havia sido descoberto em 1996 e era, até este mês, o elemento mais pesado da tabela periódica.
No momento, a entidade também analisa a aprovação dos elementos 113, 115 e 118. O recém-descoberto 117, anunciado no ano passado pela mesma equipe de russos e americanos, ainda nem entrou na lista de considerações da IUPAC.