Houve aplausos e houve assobios das bancadas. E houve confusão logo nos primeiros segundos da partida: o árbitro teve mesmo de interromper o jogo para mandar tirar o batalhão de fotógrafos que se amontoava em frente ao banco de suplentes do Real Madrid. E assim chegou ao fim a passagem de José Mourinho pelo Real Madrid.
O técnico português deixou fora da convocatória para a partida frente ao Osasuna muitos dos habituais titulares, como Cristiano Ronaldo, Pepe, Fábio Coentrão, Sergio Ramos, Varane, Marcelo ou Xabi Alonso. E, claro, Iker Casillas, que foi para a bancada apesar da ausência, por lesão, do guarda-redes Diego López.
O dono da baliza acabou por ser o jovem Jesús Fernández, numa espécie de prenda de aniversário antecipada por parte do técnico português: o guardião espanhol completa 25 anos no dia 11 e foi titular na baliza do Real Madrid.
A reacção do Santiago Bernabéu à despedida de José Mourinho foi mista. Havia quem lhe agradecesse, mas também quem se despedisse dele “até nunca”. Indiferente a isso, o técnico português subiu ao relvado no exacto momento em que o árbitro apitou para o início do jogo. Foi ao banco do Osasuna cumprimentar o treinador adversário, e depois não conseguiu chegar ao banco do Real Madrid, obstruído por uma multidão de fotógrafos. O árbitro interrompeu mesmo a partida para os mandar sair dali.
Os merengues chegaram ao intervalo em vantagem por 2-0, cumprindo assim o objectivo de ultrapassar a marca dos 100 golos marcados na Liga espanhola. Higuaín fez o primeiro aos 35’, e três minutos depois foi Essien a cabecear para o fundo da baliza do Osasuna. O ganês emprestado pelo Chelsea fez questão de ir ao banco dedicar o golo a Mourinho, que até aí tinha estado impassível.
Apesar de tranquilo na classificação, o Osasuna não baixou os braços e restabeleceu a igualdade no segundo tempo. Roberto Torres apontou o primeiro da equipa de Pamplona aos 52’, com um bom remate à entrada da área. E Álvaro Cejudo, de cabeça, fez o empate (63’).
Porém, a alegria do Osasuna durou escassos minutos. Porque pouco depois Benzema recolocou os merengues na liderança do marcador. O francês recebeu a bola e, já dentro da área, disparou sem hipóteses para o guarda-redes adversário. Mourinho nem pestanejou.
Modric teve nos pés o quarto golo do Real Madrid, mas desperdiçou uma oportunidade flagrante. E foi já com o veterano guarda-redes Ricardo em campo, na baliza do Osasuna (jogou os últimos 15 minutos da carreira) que Callejón estabeleceu o 4-2 final com um remate forte e cruzado.
E assim se encerrou um capítulo da carreira de José Mourinho. O técnico português dirigiu um aplauso aos adeptos do topo sul, de onde mais se ouviu cantar o seu nome, e retirou-se logo a seguir.
