O chefe inferniza a sua vida e a convivência fica quase impossível? Calma. Antes de pedir demissão ou ter um ataque histérico, veja em qual categoria o seu chefe se enquadra e ponha em prática as estratégias para melhorar sua convivência na empresa.
O autoritário
Durante muito tempo, o tipo autoritário foi a mais fiel representação do que todo mundo entendia como chefe. Hoje, porém, com as estratégias de gerenciamento que estimulam o trabalho em equipe, o manda-chuva se tornou tão obsoleto quanto uma máquina de escrever.
Desconhecedor das noções primárias de psicologia, ele é mestre em criar um ambiente negativo e em tolher a criatividade do grupo, impondo seus pontos de vista. ”Não necessariamente por maldade, mas por falta de treinamento, formação e informação”, diz Vicente Creazzo, diretor da TCP Gerência de Capital Humano.
. Estratégias de convivência
”Quando o ambiente estiver tenso, nem pense em entrar em confronto”, recomenda a consultora em recursos humanos Luciana Marques Pimenta, da Datalink Assessoria Empresarial. ”O autoritário não se defende apenas, ele ataca com o objetivo de intimidar o adversário. Suas armas vão da simples ironia até o constrangimento verbal.”
Em outras palavras, a melhor forma de enfrentá-lo é deixar a poeira baixar e, então, tentar uma conversa. Você pode começar com uma colocação simples, do tipo: ”O que o incomodou no meu comportamento no dia tal? Gostaria de saber para atender melhor às suas expectativas”. Com atitudes assim, você não comete o erro fatal de colocar a autoridade dele em questão. Além disso, mostra que é capaz de assumir maiores responsabilidades sem que isso represente uma ameaça para a chefia.
O explosivo
Como ele coloca todas as tensões para fora, dificilmente será vítima de um infarto fulminante. Infelizmente, não se pode dizer o mesmo de seus subordinados, que vivem à espera do próximo ataque de nervos. Mas não desanime. Apesar de espernear como louco, o ”panela de pressão” é um bom camarada e não costuma jogar sujo.
. Estratégias de convivência
O segredo, nesse caso, é aprender a falar (e calar) na hora certa. Observe quais atitudes que provocam a ira do explosivo e evite-as. Manter a cabeça fria, sem entrar no jogo dele, é vital. ”Em hipótese alguma, porém, deixe de dizer que não gostou da explosão. Exija ser respeitada como profissional”, diz Creazzo. ”Calar por medo pode desgastar o relacionamento e trazer problemas futuros. Você ainda corre o risco de se tornar uma profissional ineficiente, que não toma decisões por receio do próximo estouro.”
O centralizador
Você tem bola de cristal? Não? Então providencie uma urgente, porque esse tipo de chefe costuma ser ab-so-lu-ta-men-te lacônico. Ele não gosta de liberar informações e deixa a equipe com a sensação de estar trabalhando no escuro. ”Às vezes, o chefe centralizador tem uma formação especializada e parte do princípio de que, já que ninguém vai entender nada mesmo, é melhor simplesmente ordenar”, diz a consultora Luciana Pimenta. Por outro lado, há a grande possibilidade de ele ser um sujeito inseguro, que teme ser substituído.
. Estratégias de convivência
Aguarde o momento oportuno e, numa conversa informal, diga que um pouco de autonomia faria a equipe render muito mais. Se for inseguro, tente de tudo para que ele não sinta a conversa como uma ameaça. ”Mostre que você não está jogando contra ele, que o respeita e o reconhece como chefe”, aconselha Luciana.
O garganta
Alegre, gentil e comunicativo, ele logo conquista a simpatia dos novos funcionários. Com o tempo, porém, as pessoas acabam descobrindo que ele é capaz de tudo. Mente com uma desenvoltura impressionante e tem classe até mesmo para se apropriar da autoria de trabalhos alheios – inclusive o seu. Nesse caso, nem pense em protestar, pois o chefe papudo jamais dará o braço a torcer.
. Estratégias de convivência
Se você faz questão de preservar o emprego, jamais exponha esse tipo de chefe a situações desconfortáveis ou ridículas, diz Luciana Marques Pimenta. Ele pode virar fera. Se o quer como aliado, não deixe de elogiá-lo de vez em quando. Mas nada de falsidade: fundamente os comentários nas qualidades que vê nele. Ao mesmo tempo, não se deixe iludir com promessas. Sempre que possível, amplie seus relacionamentos dentro da empresa. ”Apareça e faça seu trabalho aparecer”, sugere Luciana.
O perfeccionista
Você acabou de fazer um relatório magnífico, e ele diz que ainda não é o que queria. Em resumo, vive insatisfeito. Trabalhar com um chefe assim pode ser uma bênção… ou um infortúnio, dependendo da situação. Se, por um lado, você aprende muito, por outro, está sujeita a altíssimas doses de stress, já que as pressões são enormes.
. Estratégias de convivência
O importante é tentar encarar as exigências com bom humor, aprendendo a lidar com o stress. Procure ficar atenta e não deixar escapar nenhum detalhe, mas não comece a cobrar de si mesma uma perfeição inatingível, entrando nos delírios da chefia. Seu desempenho será prejudicado. ”Use o bom senso”, diz Creazzo. ”Dê o melhor de si e tenha certeza da qualidade do seu trabalho.”
O parcial
De acordo com Creazzo, esses ”líderes” acabam se frustrando numa empresa organizada, porque é fácil desmascarar a sua política de ”grupinhos”. O problema é que, até cair do cavalo, ele pode causar problemas, indispondo os colegas uns com os outros. Se você não fizer parte da ”tchurma”, é certo que vai ter de batalhar para provar o seu valor.
. Estratégias de convivência
É importante não forçar a barra com um chefe assim, nem se desgastar tentando conquistar a sua simpatia. Lembre-se: os critérios das pessoas parciais são totalmente subjetivos e é importante não deixar que o comportamento do chefe a atinja no seu senso de valor próprio. ”Mostre que joga pela equipe e que se empenha para atingir as metas propostas”, sugere Creazzo. Seja racional e aprenda a se defender sem perder a classe.
O pão-duro
Ele dá tapinhas nas costas, elogia o trabalho da equipe, mas, diante de um pedido de aumento de salário, responde sempre com um ”agora não vai dar”. Ele é um pão-duro de marca maior, que prefere bancar o duas-caras a ”gastar” o dinheiro da empresa com seus subordinados.
. Estratégias de convivência
”Exponha sempre os motivos que justificam, a seu ver, o aumento de salário”, diz Luciana Pimenta. ”E seja organizada e profissional na exposição.” Mais importante ainda, dê exemplos concretos de que seu desempenho rende dividendos para a empresa. Segundo Creazzo, outra boa estratégia é pedir que faça uma avaliação do seu trabalho. ”É importante que o chefe perceba, digamos, que você está cumprindo tarefas que foram sendo agregadas depois de cortes do pessoal.” Com as cartas na mesa, mostre que um aumento salarial seria bem-vindo.