O Tribunal da Comarca de Luanda condenou, ontem, a 26 anos de prisão, Paciência Gamba Figueira, acusado de violação e assassinato, em 2021, de Elisa Sebastião Buana, cujo corpo foi encontrado no pátio do colégio Nzoji Yetu, propriedade do homicida, de 33 anos.
O caso de Elisa Buana, assassinada aos 19 anos, chegou ao conhecimento da Polícia Nacional e do Serviço de Investigação Criminal (SIC) através de uma participação de desaparecimento, feita por um tio, numa esquadra de Viana, onde foi desencadeada uma investigação que levou à descoberta, em Janeiro deste ano, do corpo da jovem, no interior do colégio.
Na leitura do acórdão, o juiz da causa, Nelson Manuel Cabangague, declarou que Paciência Figueira foi condenado por ter ficado provado, em Tribunal, ser o autor da violação e do assassinato de Elisa Buana, que foi atraída para o colégio, a 17 de Novembro de 2021, pelo agora condenado, depois de se terem conhecido na rede social Facebook, onde trocavam, com regularidade, mensagens.
A jovem deslocou-se ao colégio por ter recebido de Paciência Figueira uma promessa de emprego, como secretária no estabelecimento de ensino, localizado no bairro Tande, no município de Viana. Elisa Buana chegou ao colégio de moto-táxi, sem ter suspeitado de nada, sentimento que teve até ter entrado, a pedido do homicida, para uma sala de aula, onde foi abusada sexualmente e asfixiada até à morte.
Ainda na sala, já depois de ter assassinado, o homicida vendou os olhos e cobriu a boca da vítima com uma fita adesiva, acessório também utilizado para amarrar os braços e as pernas, tendo de seguida feito, no pátio do colégio, um buraco, onde colocou o corpo de Elisa Buana, que encontrou a morte no dia em que a mãe, Josefa Francisco Sebastião, havia viajado para a província do Moxico.
Paciência Figueira foi detido a 17 de Janeiro deste ano, dois meses depois de ter assassinado Elisa Buana, numa altura em que o Serviço de Investigação Criminal já o tinha como suspeito da autoria do assassinato de uma outra jovem, cujo corpo foi, também, descoberto no pátio do mesmo colégio.
Quando foi detido, o jovem estava com o telemóvel da vítima, aparelho que usou para se fazer passar por Elisa Buana, por via do qual enviou, em nome dela, uma mensagem, avisando de que estaria ausente, por algum tempo, das redes sociais.
Ontem, na leitura do acórdão, o juiz referiu que Paciência Figueira foi julgado e condenado pelo assassinato de Elisa Buana, devendo ser, proximamente, julgado pelo assassinato da segunda jovem. As famílias das duas vítimas mortais estiveram presentes na leitura do acórdão e estavam visivelmente desconsoladas. A mãe de Elisa Buana disse à comunicação social que a perda da filha é irreparável e declarou ter sido feita justiça.
As duas famílias saíram do Tribunal irritadas por o condenado não ter mostrado arrependimento em nenhum momento do julgamento.










