No passado sábado, o Coliseu dos Recreios esgotou para celebrar um percurso ímpar
“Há alguns anos, eu desejava chegar ali. Consegui”, assumiu a grande voz luso-cabo-verdiana
“Falei muitas vezes em ‘sonho’ ao longo deste tempo. Realizamos o meu”, confessou Soraia Ramos na sua página oficial de Instagram, poucas horas depois de ter esgotado aquela a que chamou “uma sala incrível, emblemática e linda”. Não era caso para menos: a menina que começou a publicar os seus singles em 2014 tornou-se num dos nomes maiores da música portuguesa e cabo-verdiana. Já todos conheciam a sua intensidade, a sua energia e a sua criatividade: no passado sábado, 4500 pessoas encheram o Coliseu dos Recreios, em Lisboa, para aplaudir Soraia Ramos e festejar a sua obra. Há mais de uma década que uma artista feminina cabo-verdiana não alcançava tamanho feito.
“Cocktail”, o seu primeiro álbum, editado em 2023, pode ter sido o ponto de partida para o concerto na capital portuguesa mas, ao longo dos últimos anos, a consagração de Soraia Ramos tem sido, no mínimo, imparável. Com a chancela e selo de qualidade da Klasszik, desde 2017, os seus números não deixam margens para dúvidas: com mais de 1 milhão de seguidores no seu Instagram e 2.5 milhões no Facebook, Soraia Ramos conta com perto de 500 mil ouvintes mensais no Spotify, espalhados por todo o mundo. “O Nosso Amor”, que chegou à Tripla Platina e já conta com 50 milhões de visualizações no YouTube, é seguido de perto por “BAI” (22 milhões e Platina) e “BKBN” (22 milhões e Platina). “Nha Terra” (13 milhões), por sua vez, o single que evoca sentimentos profundos de saudade pela terra natal e incentiva todos os cabo-verdianos espalhados pelo mundo a sentirem um orgulho imenso das suas raízes, foi homenageado pela Federação de Futebol de Cabo Verde, sendo associado ao sucesso alcançado pela seleção que atingiu, no ano passado, os quartos de final da Copa das Nações Africanas. “Nha Terra” é, também, um dos momentos inesquecíveis de “Cocktail”, o disco onde Soraia Ramos quebrou com todas as barreiras, experimentou novas sonoridades e saiu da zona de conforto. Do r&b à pop, passando pela kizomba ou pelo rap, “Cocktail” é Soraia Ramos em pleno – e os seus fãs abraçaram com a mesma euforia tanto hinos como “Trompete” ou “Quero Fugir”, que já tinham feito as delícias do público, como novidades como “Mama” ou “Eu Sei”. Nenny, Carolina Deslandes ou Apollo G são alguns dos amigos que Soraia Ramos convidou para participarem no seu álbum – convite que se estendeu ao palco do Coliseu dos Recreios, ao qual também subiram cúmplices como os Calema ou Julinho KSD.
Soraia Ramos nasceu em Portugal, onde viveu até os 15 anos, antes de se mudar com a sua família para França e, posteriormente, para a Suíça – considerada Melhor Artista Feminina da África Central, nos Afrimma, em 2020 e 2022, em 2021 a sua cara estava no centro do mundo, quando foi escolhida como embaixadora da playlist Equal, motivo pelo qual o seu sorriso iluminou Times Square, em Nova Iorque. Na altura, admitiu estar a “viver um momento de choro de alegria por ver reconhecido o trabalho que tem sido feito ao longo desta caminhada, que nunca foi fácil”. De lá para cá, até o mundo inteiro parece pequeno para albergar o seu talento. “Tenho os vossos sorrisos, as vossas caras e as vossas vozes gravados no meu coração”, partilhou depois do concerto em Lisboa. Também os seus fãs têm o sorriso, a cara e a voz de Soraia Ramos gravados nos seus corações – e esses corações são cada vez mais!
