vice-presidente da República, Bornito de Sousa, defendeu hoje, em Luanda, a criação de Smart Cities (cidades inteligentes), sem prejuízo das zonas rurais.
O governante defendeu essa posição durante uma intervenção no painel sobreSmart Cities– A tecnologia como dinamizadora da eficiência e da qualidade em meios urbanos”, no Fórum ANGOTIC 2018.
Em Angola, segundo o Censo da População e Habitação de 2014, mais de 60 porcento da população vive em cidades, o que faz da gestão desses locais uma prioridade.
Realçou o facto de a gestão das cidades ser feita sem prejuízo para os municípios mais afastados da capital do país (Luanda) e das sedes provinciais.
Essa acção, segundo o vice-presidente, visa reduzir o fluxo migratório em direcção aos grandes centros urbanos.
Angola registou, nos últimos anos, a um aumento exponencial da sua população, a que o Governo respondeu com um programa de aumento da oferta de habitações, em que se insere a construção de novas “centralidades”.
Na óptica de Bornito de Sousa, uma cidade não pode ser entendida nem edificada como um mero conjunto de edifícios e ruas. Hoje, por exemplo, já não se compreende que possa haver um assalto ou roubo numa urbanização e não exista uma única câmara que registe o movimento de viaturas e indivíduos em determinado período.
Desde a concepção ao modo como funcionam, do universo de opções disponíveis à forma como são geridas, as cidades comparam-se a organismos vivos, perfeitamente funcionais, conjugando soluções tecnológicas de ponta com o fim de proporcionar o bem-estar e qualidade de vida.
Considerou o conceito de Smart Cities ou cidades inteligentes um modelo de gestão que combina Infra-estruturas, Tecnologias de Informação e Comunicação, Cidadania, Resiliência, Excelência e Liderança.
Neste contexto, o professor Rudolf Giffinger, da Universidade Tecnológica de Viena (Áustria), citado pelo vice-presidente, decompõe em seis pilares: Cidadãos Inteligentes, Governação Inteligente, Economia Inteligente, Mobilidade Inteligente, Ambiente Inteligente e Modo de Vida Inteligente.
“Eu diria Cidade participativa e inclusiva, centrada no cidadão, na família, na comunidade, nas empresas e instituições locais, bem como cidade eficiente, na gestão, transparência, no capital humano, planeamento e na programação”, explicou.
A declaração de Quioto sobre cidades e assentamentos humanos sustentáveis para todos que aprovou a Nova Agenda Urbana, no quadro do Habitat III 2016, aponta para que “Até 2050 a população urbana quase duplique, fazendo da urbanização uma das mais transformadoras tendências do Século XXI”.