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    A poucos dias do início da CAN, saiba toda a história da competição

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    Um continente oprimido começa a libertar-se em Lisboa

    Durante décadas a expressão do futebol africano era residual. O continente encontrava-se dividido pelas potências coloniais europeias e os grandes jogadores partiam para a Europa para seguir a carreira: o francês (marroquino) Just Fontaine e o português (moçambicano) Eusébio da Silva Ferreira serão os expoentes máximos desse período, em que os grandes jogadores nascidos em África jogavam e representavam as seleções da metrópole.

    O caminho para a total independência de África e do seu futebol foi longo e sinuoso. Das primeiras independências, ainda na década de cinquenta, à independência das colónias portuguesas, só depois do movimento que derrubou a ditadura portuguesa em 1974, foi percorrido um longo processo de amadurecimento de um continente.

    Curiosamente tudo começou em Portugal em Junho de 1956, no Hotel Avenida, em Lisboa, quando delegados de sete federações africanas, que se encontravam a participar no Congresso da FIFA, resolveram que chegara a altura de fundar uma Confederação Africana de Futebol (CAF) e de organizar uma competição continental.
    As primeiras edições e o domínio do Egito
    Representantes da Somália, África do Sul, Egito e Sudão acordaram encontrar-se no ano seguinte em Cartum, capital do Sudão, para oficialmente fundar a CAF a 8 de fevereiro de 1957. Contudo os sul-africanos, em virtude do Apartheid, política segregacionista que imperava no país, foram excluídos da competição pelos outros participantes, iniciando um longo boicote que perduraria até ao fim do regime sul-africano e à libertação de Nelson Mandela.
    Dois dias depois dessa reunião fundadora, e debaixo do sol abrasador do deserto núbio, começava a primeira edição da competição: os sudaneses estrearam-se perdendo em casa com o Egito por 1×2, que assim se apurava para a primeira final da competição onde o esperava a Etiópia, já apurada em virtude da «ausência» sul-africana.
    A primeira final não teve muita história e os faraós venceram por 4×0 com quatro golos de Ad-Diba, conquistando o primeiro dos muitos troféus que tornaram o país do Nilo no mais titulado do continente.
    Na edição seguinte, os mesmos três participantes jogaram a competição, que desta vez teve lugar no Egito. Em 1959, apenas existiam nove países independentes em todo o continente e o futebol não era uma prioridade para os diversos governos surgidos após a independência.
    A vencedora da competição foi a República Árabe Unida, efémera união política entre o Egito e a Síria protagonizada pelo líder egípcio Gamal Abdel Nasser que com a sua política pan-arabista, tentava reunificar todo o mundo árabe num só país.
    Na terceira edição participaram pela primeira vez dez países, oito disputaram uma fase de qualificação, enquanto o Egito como campeão e a Etiópia como organizadora tiveram o apuramento direto. Mais uma vez o fator casa foi determinante e a Etiópia venceu os faraós na final.
    A década das independências e o Gana como dominador
    Durante a década de 60 o continente passou por uma tremenda revolução e em finais de 1968 apenas as colónias portuguesas, a Namíbia, o Djibuti, as Ilhas Comoros e as Ilhas Seicheles não se tinham tornado independentes.
    O futebol subsaariano ganhou novo espaço e o Gana tornou-se na grande potência continental conquistando os troféus em 1963 e 1965, e sendo segundo nas competições seguintes que foram ganhas respetivamente pela RD Congo (1968) e pelo Sudão (1970).
    E o poder desloca-se para sul
    Em 1972 realizou-se pela primeira vez um torneio num país francófono da África Subsaariana: os Camarões. A vitória sorriria contudo ao Congo-Brazzaville que depois de eliminar os anfitriões, bateu o Mali na final.
    Seguiram-se vitórias do Zaire (RD Congo) e Marrocos, antes do Gana reconquistar o troféu e reclamar a supremacia na competição.
    Em 1980 a Nigéria fez valer o fator casa, mas na edição seguinte, na Líbia, os ganeses bateram os anfitriões na final após desempate por grandes penalidades.
    Os camarões: reis de África
    A década de 1980 inaugurou um período de domínio camaronês com vitórias em 1984 e 1988, e um segundo lugar em 1986, numa derrota no desempate por penáltis, contra o Egito, que a jogar em casa conquistou o seu terceiro troféu.
    A lista de glórias da competição cresceu nos anos noventa com as vitórias da Argélia de Madjer e da Costa do Marfim.
    Em 1994 foi a vez de uma Nigéria fortíssima, com jogadores como Amokachi, Yekini e Amunike, fazer o bis, confirmando o estatuto de nova potência do continente.
    Um pontapé no Apartheid
    Dois anos depois, a África do Sul, que uma vez terminado o regime do Apartheid voltara ao seio da família do futebol africano, ganhara o direito de organizar a competição. Em ambiente de festa o país de Nelson Mandela fez história e venceu a competição logo na estreia.
    Os bafana bafana conseguiram imitar os feitos dos Springboks (seleção nacional de râguebi) que um ano antes tinham unido o país em torno da equipa e que a jogar em casa conquistaram o Campeonato Mundial de Râguebi pela primeira vez e logo na estreia na competição.
    Dois anos depois, no Burquina Faso, voltaram à final, mas perderam com o crónico campeão Egito, que assim igualava o Gana no número de troféus conquistados.
    Anos 2000: Camarões, Tunísia e o heptacampeonato do Egito
    Com duas vitórias, em 2000 e 2002, os Camarões igualaram o Gana e o Egito com quatro cetros, reforçando o seu papel de grande potência continental. 2004 marcou a estreia da Tunísia na lista dos vencedores, ganhando a competição disputada em casa.
    2006, 2008 e 2010 trouxeram um histórico tricampeonato que transformou o país das pirâmides no mais titulado de todos os países do continente negro.
    Fonte: zero Pt 
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