Por: Stella Cortêz
“Se eu disser que Deus usou uma pandemia para me abençoar, as pessoas não acreditarão”
O último mês do ano é dedicado às conclusões, convivências familiares e é, igualmente, momento de olhar em torno de tudo o que sucedeu durante os doze meses para fazer um balanço das conquistas e aprendizados. Realmente, 2020 foi para todos muito desafiador, porém, para o produtor de house music, Afro Pupo, o ano trouxe inúmeras lições, tendo como principal delas a importância do processo de readaptação.
“Tive de me ajustar à nova realidade como toda gente e, claro, nunca parar de dar música. Estive na linha da frente na TV Zimbo com o projecto A Tarde é Nossa Especial, em que eu fui um dos apresentadores e Dj, fiz quatro lives com destaque para o Live no Sombreiro na montanha de Benguela, produzido pelo 3XU e Visage, lancei músicas em labels em Portugal e EUA, que graças a Deus estiveram no Top 100 da Traxsource, Beatport e Spotify”, contou.
Apesar do ano estar praticamente no fim, o dj garante que todos os anos têm sido de aprendizado, acrescentando que, por isso lhe surgem rugas, pois, para si, este é o ano do exame surpresa, onde, preparado ou não, a pessoa precisa estar pronta para a prova e fazer como se a vida dependesse disto.
“O que acaba por ser literal. Quem aprendeu neste ano, teve de ficar parado a estudar. Eu fiz e continuo a fazer os exames e a passar por provações. Veremos os resultados no próximo ano quando tudo terminar. Contudo, o balanço é sempre positivo, quando não for, é porque paramos de respirar. Não fiz tudo porque a situação não permitiu, mas fiz coisas que jamais imaginei realizar em situações normais. Se eu disser que Deus usou uma pandemia para me abençoar, as pessoas não acreditarão. Tive grandes perdas e decepções sim, mas conheci pessoas especiais, ‘cabulamos’ juntos no exame e fomos em frente”, expressou
Como presente de natal e de fim de ano, Afro Pupo vai disponibilizar, no dia 20, o álbum “TRANSCĒNDO”, em idioma Latim, que traduzido para português, significa ‘Transcendência”. Trabalho discográfico que comporta 14 faixas musicais, numa direcção diferente do que os apreciadores da boa música estão habituados a ouvir, todavia, espera que o entendam, porém, não é este o objectivo.
“Neste álbum, trago a participação do Zimbabweano Msizkay, igualmente terei a Nur, filha do grande Edy Tussa, tem uma voz espetacular, a Whoisadriana, que fizemos a música em 48 horas sem dormir, o Gari Sinedima, que dispensa apresentações, a Ana Jorge, o Letus, a Shelby da Mata, Dj Satélite, Miss Jeri, o grande Kelson Most Wanted da TXR e o meu puto Reis Jr. Faremos o lançamento nas plataformas digitais por enquanto, até não podemos ter ajuntamentos. No entanto, farei poucas cópias em CD físico no próximo ano, para brindar o mercado angolano, pois muitas das plataformas de streaming não funcionam cá. TRANSCĒNDO também será vendido em formato vinyl no Reino Unido e Alemanha.”