Meio século depois da estreia discográfica, com Angola 72, o cantor angolano continua a ser (re)descoberto por uma nova geração, como a que esgotou ontem o primeiro de dois concertos comemorativos em Lisboa e no Porto.
Um dos momentos mais altos do concerto, Fernando Republicano, CEO da maior empresa de música do país, subiu ao Palco e lhe entregou um troféu e prometeu que em quanto estiver vivo vai apoiar e jamais vai deixar de dar todo carinho. O mesmo referiu ainda que coube a ele a honra, mas a homenagem é de todos angolanos, arrancando enormes aplausos da plateia.
“Mariquinha”, “Olhos Molhados” ou “Corrumba” são marcas de um autor com mais de 400 composições da sua autoria, 32 álbuns, 7 bandas sonoras de filmes, recordistas de vendas, com numerosos prémios de popularidade e homenagens no currículo.
Barceló de Carvalho é, assim, o verdadeiro nome deste antigo atleta do Benfica, que chegou a ser recordista nacional dos 400m, é muito mais que um mero rodapé enciclopédico. Aos 79 anos continua um defensor incansável dos ritmos e dialetos tradicionais do seu país, que tem recuperado, explorado e reinventado numa obra reunida em mais de três dezenas de discos, e lhe valeu, em 2014, o reconhecimento como Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras de França.
Entretanto, foi redescoberto por uma nova geração de fãs, que inclui, por exemplo, o actor americano Will Smith, cujos elogios públicos, há dois anos, numa entrevista a uma televisão francesa, catapultaram o cantor angolano para o top de vendas do iTunes.
O Show de 50 Anos de carreira, organizado pelo Grupo Chiado e LS Republicano, teve o patrocínio oficial da maior operadora de telefonia de Angola “Unitel”. e foi transmitido ao vivo pela RTP África