Por: Hélio Cristóvão
Bastante rígido quanto a qualquer assunto relacionado à sétima arte, o conhecido cineasta angolano, Mawete Paciência, falou em entrevista ao PLATINALINE a propósito do “mercado” cinematográfico em Angola e afirmou categoricamente que não se faz cinema em Angola, tampouco há mercado cinematográfico.
Em conversa com o repórter Hélio Cristóvão, aquando da conferência de imprensa do festival “Unitel Angola Move”, Mawete sublinhou que o que se faz são produções de filmes e de audiovisuais, entretanto, justificou a sua afirmação. “Cinema tem a ver com as normas, com a linguagem cinematográfica que nós não temos. Não temos política para fazer cinema tampouco mercado cinematográfico. Se não existe políticas de estado favoráveis sobre o cinema nacional, então, não existe cinema em Angola.”
Com opiniões próprias e muitas vezes consideradas polémicas, Mawete arriscou em dizer que muitos conteúdos cinematográficos feitos no país, são trabalhados de forma empírica.
“Em 10 pessoas numa equipa, provavelmente apenas 1 conhece um pouquinho de cinema, os restantes não conhecem, ou são fazedores de televisão ou são curiosos, porque existem normas de linguagem, de captura de áudio e etc, um cameraman de cinema não é de televisão, não cumprimos com as normas, trabalhamos de forma empírica, então, não podemos categorizar o que fazemos de cinema”.
Quanto a solução para colmatar as lacunas apontadas, o cineasta cita efectivamente a formação. “Formação e experiência, deve se formar primeiro e depois produzir”, concluiu.