Por: Hélio Cristóvão
Cantor e compositor angolano, Filipe Mukenga, de nome artístico Francisco Filipe da Conceição Gumbe, de 71 anos de idade, falou em entrevista ao PLATINALINE sobre o seu percurso musical que já soma 58 anos de carreira, bem como as novidades e dificuldades que enfrenta para materializar o seu próximo projecto discográfico.
Detentor de uma excelente voz e de um estilo musical fortemente influenciado pelo Jazz e outros sons negro-americanos, o artista, que aos 12 anos de idade teve os primeiros contactos com a música, começou por explicar que grande parte da sua obra, para ser apreciada, precisa-se ter o ouvido formatado para tais sonoridades.
Sobre o balanço que vai fazendo durante os longos anos de correria profissional, o autor de “Umbi umbi” lamenta o facto de não ser ouvido, tampouco falado, tal como os artistas emergentes da nova geração. “É como a vida, com altos e baixos, mas, mais baixos do que altos, pois não se ouve regularmente falar sobre mim nos meios de comunicação social. Isso resulta pelo facto de eu ter escolhido um caminho que não é o que os talentos emergentes escolheram, vou caminhando devagar, não cheguei ao topo, ainda.”
É autor de cinco álbuns no mercado, nomeadamente: “Kianda Ki Anda”, “Nós Somos Nós”, “O Meu Lado Gumbe” e “O Canto Da Segunda Sereia”, lançados entre os anos 1991 a 2013. “Esses álbuns foram lançados com muito espaço de tempo, tudo porque optei por um caminho que não é o que os nossos produtores culturais querem.”
Actualmente desvinculado a produtoras, o músico tem em carteira o seu próximo CD intitulado “Trinalidades”, álbum triplo que trará temáticas generalizadas, todas já elaboradas, porém, necessita de apoios para ser materializado. Filipe adianta que cada um dos três álbuns carrega 12 faixas musicais, multiplicadas por três, que equivalem a 36 novas canções.
“O músico deve funcionar como alerta, chamando atenção da sociedade para os problemas sociais que precisam de solução.” Rematou.