A Companhia de Dança Contemporânea de Angola (CDC), que assinala este ano o seu 20º aniversário, vai apresentar, em Luanda, entre 29 de Abril (Dia Mundial da Dança) e 22 de Maio, 12 espectáculos, no Nacional Cine Teatro.
Ana Clara Guerra Marques, directora artística da companhia, disse ao Jornal de Angola que “foram precisos oito meses de trabalho diário para preparar os espectáculos”. Esta temporada a Companhia de Dança Contemporânea de Angola optou por um espectáculo que articula as linguagens da dança, do teatro, da música e das artes visuais: “é um espectáculo original onde uma forte carga dramática se disfarça de humor”.
A obra “O Homem que Chorava Sumo de Tomates”, disse Ana Clara Guerra Marques, “é um espectáculo divertido que fala de nós próprios e da forma como os angolanos gerem as suas dificuldades sempre com um sorriso e sabendo dar a volta por cima”.
Sobre o actual estado de dança, a coreógrafa referiu que a situação angolana “não é confortável para quem está dentro da matéria” porque “o acervo patrimonial corre o risco de extinção dada a falta de protecção e estudos de investigação profundos e sérios”.
A visibilidade concedida a grupos que são erradamente reconhecidos como executantes de danças tradicionais angolanas, faz com que se esteja a fomentar a perda do seu verdadeiro carácter. “Se nas outras províncias a maioria desses colectivos amadores reproduz as danças de forma mais fiel aos seus padrões originais, em Luanda o que se vende como dança tradicional nem sempre corresponde a essa genuinidade”, disse a coreógrafa.
Defende mesmo que poucos grupos são genuínos. A directora da Companhia de Dança Contemporânea precisou que fica preocupada quando vê no palco grupos que se dizem tradicionais, a exibir danças que “não são as nossas verdadeiras danças”. Com poucos profissionais na área da dança, frisou, há uma deturpação dos conceitos e uma adulteração dos géneros, “havendo também falta de seriedade por parte de alguns curiosos que se fazem passar por profissionais, intitulando-se professores e coreógrafos sem o serem, para além de nunca terem efectuado estudos na área da dança, nem terem obra reconhecida”, frisou a directora da Companhia de Dança Contemporânea.
A escassez de profissionais leva a que no campo da dança de palco, “a nossa dança não tenha qualidade estética, artística e muito menos técnica necessária”.
Ana Clara Guerra Marques diz que “grupos amadores há em todo o mundo e ainda bem que existem. Mas não podem ser colocados na mesma categoria das companhias profissionais, como a Companhia de Dança Contemporânea que existe há 20 anos. Os seus trabalhos e contextos de criação, produção e apresentação são distintos”.
Ana Clara Guerra Marques integrou ainda a delegação do Ministério da Cultura que recentemente se deslocou a Cuba para estabelecer acordos de cooperação em diversas áreas, particularmente naquelas ligadas com a formação artística.
Ensino e investigação
“Só com um sólido sistema de formação em dança as pessoas perceberão o que é ser profissional, o que é o trabalho intelectual, o que é a investigação”, disse a coreógrafa, reforçando que só com a profissionalização efectuada em instituições especializadas a qualidade se vai impor à precariedade actual.
Sobre o surgimento de danças como o “kambwá” ou outras do mesmo tipo explicou que “são fenómenos que não se podem impedir. Mas não teriam tanto sucesso e projecção se a juventude e a sociedade tivessem outras referências de estilos e mais espectáculos de dança de qualidade, dentro dos vários géneros existentes”.
A coreógrafa lamenta que haja poucos espectáculos: “a Companhia de Dança Contemporânea sempre lutou e continua a lutar sozinha num terreno cheio de adversidades e incompreensões geradas por esta falta de acesso ao que é, de facto, um espectáculo de dança profissional”.
Comparando com outras realidades, Ana Clara afirmou ser um dado público, que bailarino é apenas aquele que tem uma formação e ninguém põe isso em causa: “entre nós acha-se que é um atributo genético e que qualquer um pode ser profissional, mas não é verdade”.
Há uma diferença entre ser bailarino e dançar: “nem todos os que dançam são bailarinos, como nem todos os que receitam aspirinas são médicos ou nem todos os que fazem casas são engenheiros”.
Quanto às salas para a apresentação de espectáculos de dança, disse que “no país não existem em número suficiente e em Luanda apenas existe o Cine Teatro Nacional, que não oferece sequer as condições mínimas obrigatórias num verdadeiro teatro. Não possui uma equipa técnica especializada e não possui o equipamento básico de som, luz e vídeo, o que é lamentável”.
Por fim, Ana Clara Guerra Marques lamentou que “entre tantas novas construções que nascem todos os dias, Luanda continua reduzida a um único teatro”. A Companhia de Dança Contemporânea de Angola (CDC), que assinala este ano o seu 20º aniversário, vai apresentar, em Luanda, entre 29 de Abril (Dia Mundial da Dança) e 22 de Maio, 12 espectáculos, no Nacional Cine Teatro.
Ana Clara Guerra Marques, directora artística da companhia, disse ao Jornal de Angola que “foram precisos oito meses de trabalho diário para preparar os espectáculos”. Esta temporada a Companhia de Dança Contemporânea de Angola optou por um espectáculo que articula as linguagens da dança, do teatro, da música e das artes visuais: “é um espectáculo original onde uma forte carga dramática se disfarça de humor”.
A obra “O Homem que Chorava Sumo de Tomates”, disse Ana Clara Guerra Marques, “é um espectáculo divertido que fala de nós próprios e da forma como os angolanos gerem as suas dificuldades sempre com um sorriso e sabendo dar a volta por cima”.
Sobre o actual estado de dança, a coreógrafa referiu que a situação angolana “não é confortável para quem está dentro da matéria” porque “o acervo patrimonial corre o risco de extinção dada a falta de protecção e estudos de investigação profundos e sérios”.
A visibilidade concedida a grupos que são erradamente reconhecidos como executantes de danças tradicionais angolanas, faz com que se esteja a fomentar a perda do seu verdadeiro carácter. “Se nas outras províncias a maioria desses colectivos amadores reproduz as danças de forma mais fiel aos seus padrões originais, em Luanda o que se vende como dança tradicional nem sempre corresponde a essa genuinidade”, disse a coreógrafa.
Defende mesmo que poucos grupos são genuínos. A directora da Companhia de Dança Contemporânea precisou que fica preocupada quando vê no palco grupos que se dizem tradicionais, a exibir danças que “não são as nossas verdadeiras danças”. Com poucos profissionais na área da dança, frisou, há uma deturpação dos conceitos e uma adulteração dos géneros, “havendo também falta de seriedade por parte de alguns curiosos que se fazem passar por profissionais, intitulando-se professores e coreógrafos sem o serem, para além de nunca terem efectuado estudos na área da dança, nem terem obra reconhecida”, frisou a directora da Companhia de Dança Contemporânea.
A escassez de profissionais leva a que no campo da dança de palco, “a nossa dança não tenha qualidade estética, artística e muito menos técnica necessária”.
Ana Clara Guerra Marques diz que “grupos amadores há em todo o mundo e ainda bem que existem. Mas não podem ser colocados na mesma categoria das companhias profissionais, como a Companhia de Dança Contemporânea que existe há 20 anos. Os seus trabalhos e contextos de criação, produção e apresentação são distintos”.
Ana Clara Guerra Marques integrou ainda a delegação do Ministério da Cultura que recentemente se deslocou a Cuba para estabelecer acordos de cooperação em diversas áreas, particularmente naquelas ligadas com a formação artística.