Por: Arieth Silva
Trata-se do cidadão Ricardo Calumbo, de 47 anos, ex-jornalista do jornal Manchete, acusado de burlador por ter solicitado dinheiro a diversas instituições públicas e privadas em nome da “Fundação Ngana Nzenza”, em que a patrona é a Primeira-Dama da República Ana Dias Lourenço.
Segundo a reportagem exibida pela Televisão Pública de Angola (TPA), Ricardo Calumbo terá redigido centenas de cartas com assinatura falsificada da Primeira-Dama a solicitar transferências monetárias em nome da fundação, na qual foram enviadas às instituições sob argumento de estar a promover um jantar beneficente cujas doações seriam revertidas para acudir as populações carenciadas.
“Não são documentos complexos, o texto foi feito num cyber café, as ideias já tinham sido esboçadas num rascunho e fui apenas informatizar com alguns dados do histórico da própria organização. Seleccionei as pessoas a quem se podia dirigir os documentos e fui fazendo chegar”, explicou o suposto burlador.
De acordo com o porta-voz do SIC, superintendente Manuel Alaiwa, a participação das entidades convidadas no suposto jantar estava condicionada a pagamentos por transferência bancária entre um milhão a três milhões de kwanzas.
O acusado recebeu uma resposta escrita pela Ministra das Finanças, Vera Daves, que indicou a secretária de estado do orçamento para lhe representar no jantar. Quem também caiu no golpe e confirmou a presença foi o Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA). Por outro lado, as demais instituições, também convidadas, buscaram a veracidade da informação a partir do Gabinete da Primeira Dama da República.
Importa frisar que, o Ministério das finanças e o BDA não transferiram quaisquer valores nas contas bancárias de Ricardo Calumbo.