Um documentário sobre Kanye West “agora Ye”, foi cancelado devido aos mais recentes comentários antissemitas do rapper norte-americano, foi anunciado na segunda-feira, dia em que a agência de talentos CAA deixou de o representar.
“Não podemos apoiar nenhum conteúdo que alargue o seu palanque”, informaram os executivos do estúdio MRC Modi Wiczyk, Asif Satchu e Scott Tenley. Kanye West havia sido recentemente impedido de publicar assuntos antissemitas no Twitter e no Instagram por violar as políticas daquelas redes sociais.
O estúdio de cinema e televisão MRC cancelou um documentário completo focado em Kanye West devido aos recentes comentários antissemitas do rapper. “Após uma conversa com nossos cineastas e parceiros de distribuição, tomamos a decisão de não prosseguir com a distribuição de nosso documentário recém-concluído sobre Kanye West”, escreveram os CEOs, Modi Wiczyk e Asif Satchu, bem como o COO, Scott Tenley, em um comunicado na segunda-feira. “Não podemos apoiar nenhum conteúdo que amplifique sua plataforma”.
A MRC estava em negociações com distribuidores para lançar a produção antes desta última decisão. Quando perguntado se o documentário foi enviado para algum festival de cinema, um representante da empresa respondeu que todas as atividades estão a ser retiradas”.
O cantor também sugeriu que a escravidão era uma escolha e disse que a vacina contra a covid-19 era a marca da besta. No início de outubro, Kanye West foi criticado por usar uma camisola com a inscrição “White Lives Matter” (Vidas Brancas Importam, em tradução simples) para exibir na Paris Fashion Week.
O cancelamento do documentário surge apenas alguns dias depois de a casa de moda francesa Balenciaga ter cortado a relação com Kanye West, segundo o Women’s Wear Daily. Também o diretor-executivo da United Talent Agency (UTA), Jeremy Zimmer, condenou a atitude do ‘rapper’ e denunciou o antissemitismo.
Sobre o cantor não é tudo
A marca Adidas rompeu a parceria com o rapper Kanye West depois das falas antissemitas do artista nesta terça-feira (25). Em comunicado, a empresa diz que não tolera antissemitismo e qualquer outro tipo de discurso de ódio. Os comentários e ações recentes de Ye foram inaceitáveis, odiosos e perigosos, e violam os valores da empresa de diversidade e inclusão, respeito mútuo e justiça.”
A marca alemã já tinha informado no início do mês que estava reavaliando a parceria com o músico, depois de ele ter criticado as ações comerciais da empresa.
“Após uma revisão completa, a empresa tomou a decisão de encerrar a parceria com Ye [como Kanye é chamado atualmente] imediatamente, encerrar a produção de produtos da marca Yeezy e interromper todos os pagamentos a Ye e suas empresas. A adidas interromperá o negócio da adidas Yeezy com efeito imediato”, diz ainda a nota.
A empresa informou que o impacto negativo de curto prazo será de 250 milhões de euros (cerca de 1,3 bilhão de reais) no lucro líquido da empresa em 2022, já que este quarto trimestre é considerado alta sazonalidade.
“A Adidas é a única proprietária de todos os direitos de design de produtos existentes, bem como cores anteriores e novas sob a parceria. Mais informações serão fornecidas como parte do próximo anúncio de ganhos do terceiro trimestre da empresa em 9 de novembro de 2022”, completa o comunicado.
No início de outubro, a empresa tinha comunicado a reavaliação na parceria e afirmou em comunicado enviado para a AFP que “uma associação bem-sucedida se baseia no respeito mútuo e em valores comuns” e que “após repetidas tentativas de esclarecer a situação fora da esfera pública, decidimos reavaliar a associação”