Dog Murras participa do Esquenta! deste domingo e mostra ao Brasil a cultura e o gênero musical angolano que veio do gueto. “Kuduro expressa a vida dos jovens que almejam uma Angola melhor, que não têm voz na sociedade e encontram no Kuduro uma alternativa de vida e uma forma de exprimir aquilo que eles produzem. É a voz do povo angolano”, diz.
A mistura que sempre acontece no palco do Esquenta! desta vez une a África ao funk, ao carnaval e, claro, mostra toda a sua relação com o samba. Martinho da Vila, o sambista brasileiro mais africano dos últimos tempos, fala da sua relação com a cultura angolana. O programa também recebe Mart’nália, que tem sua música cada vez mais atrelada aos ritmos africanos.
Quando o assunto é samba, Dog Murras integrante do grupo Os Lambas, lembra que o ritmo brasileiro é descendente do semba angolano. “Na realidade quem traz esse samba que se dança hoje aqui é o semba. O semba é feito em Angola, que é considerado uma dança, um colar de corpos. O semba é quando as pessoas se encontram, uma mulher e um homem em um abraço fraternal, isso é considerado o semba. O semba foi trazido para o Brasil pelos escravos angolanos que atravessaram o oceano, vieram parar aqui e foram divulgando essa tradição. O samba é filho do semba”, diz.
Além da ligação entre o kuduro e o samba, Dog Murras fala da relação com o funk carioca. “O funk tem a mesma história do Kuduro. Eu acompanho, faço pesquisas pela internet e, sobretudo, hoje vivo um pouco no Brasil e um pouco em Angola. Eu sei que é marginalizado, que é discriminado, mas isso acontece em todo o mundo. Todas as manifestações populares, principalmente essas que chamamos de roots, que é raiz e vem de gente pobre, a sociedade sempre rejeita”, conta.
Além de muito funk com o grupo Os Hawaianos, todo mundo vai dançar kuduro com o angolano Dog Murras.