Durante um debate na Platina FM (96.8), que abordava o “Impacto Cultural e Económica da Novela Windeck na Indústria Criativa Angolana”, o realizador e actor angolano Dorivaldo Fernandes Cortez disse que é muito mais difícil ser, ao mesmo tempo, realizador e actor, enfatizando que é uma posição muito ingrata porque o realizador sempre acha que o actor pode fazer muito mais, acabando por ser injusto com o actor com a finalidade de entregar um produto de qualidade.
“É muito mais difícil ser realizador e saber actuar, porque sempre achas que o actor pode fazer muito mais. Às vezes, acabas sendo um pouco injusto com o actor porque tu, como realizador, precisas entregar o melhor produto. Mas também sabes que como actor, às vezes, não estás nos melhores dias para dar o que o realizador pede. É uma posição muito ingrata”, detalhou.
O artista mencionou ainda que “Nem sempre nós, realizadores, conseguimos transmitir, por exemplo, ao director de elenco, aquilo que gostaríamos que o actor fizesse, ou transmitimos, mas nem sempre o actor consegue dar exactamente o que queremos para a cena, mas temos que compreender que isso é um processo e que é preciso tempo para chegar lá. Mas sim, dá vontade às vezes de estar no lugar do actor”, disse.
Ao concluir o seu raciocínio, o artista afirmou que é bastante gratificante ver que aquilo que se planeou, tanto tecnicamente como na própria encenação da cena, sendo bastante interessante ver um bom produto não só do ponto de vista da representação, mas também da gramática, dos planos, da sequência lógica e das cenas. Tudo isso é muito interessante de se ver, no final.
Por: Mariana Raimundo