Após a desilusão de há um ano, em que o Bayern Munique perdeu a final da Liga dos Campeões no próprio estádio, frente ao Chelsea, no desempate por penáltis, os bávaros vingaram ontem essa e outras derrotas recentes – na época passada perdeu também a final da Taça da Alemanha (precisamente para o B. Dortmund) e já havia sido finalista vencido da Champions em 2010. E não poderia ter melhor herói do que Arjen Robben, principal réu há um ano, ao falhar um penálti frente ao blues já no prolongamento.
Desta vez, o craque holandês quebrou mesmo a malapata das finais – além das três referidas perdeu ainda o Mundial’2010 para a Espanha. Ainda assim, as coisas não começaram bem para o esquerdino, de 29 anos, que desperdiçou várias oportunidades na primeira parte. Num excelente início de partida, o Dortmund criou muitos problemas aos bávaros com uma intensa pressão. Lewandowski e companhia obrigaram Neuer a trabalho redobrado – pela primeira vez esta época, o guardião do Bayern teve de fazer cinco defesas antes do intervalo –, mas Weidenfeller também brilhou, sobretudo com intervenções corajosas, com o peito e a cara, frente a… Robben.
As coisas começaram a mudar na segunda parte, quando o holandês ultrapassou o guarda-redes e, já sem ângulo, centra para Mandzukic inaugurar o marcador. A resposta veio por Gundogan, a converter o penálti que castigou a falta de Dante sobre Reus. O brasileiro escapou ao 2.º amarelo e à expulsão e o encontro manteve-se equilibrado, deixando antever a hipótese de se repetir o cenário da época passada, com um prolongamento.
Momento de ouro
Porém, quando já poucos acreditariam, surgiu Robben de novo. Aos 89’, Ribéry recebe um passe longo e, de costas para a baliza, toca de calcanhar para o holandês escapar à tentativa de corte de Hummels e, perante Weidenfeller, atirar a bola para o fundo das redes com um desvio subtil. Euforia dos jogadores e adeptos bávaros, que começaram de imediato a festejar a conquista da 5.ª Champions da sua história – somam outras tantas derrotas em finais.
Alegria também para o técnico Jupp Heynckes, que, aos 68 anos, iguala Ernst Happel, Ottmar Hitzfeld e José Mourinho ao ganhar a prova por duas equipas diferentes – fê-lo também em 1998, pelo Real Madrid. O ex-treinador do Benfica prepara-se para passar o testemunho a Guardiola com o colosso de Munique a atravessar, provavelmente, a melhor fase de sempre: após ganhar a Supertaça e a Bundesliga com uma série de recordes, já tem a Champions no bolso e, a 1 de junho, pode juntar-lhe a Taça da Alemanha, na final com o Estugarda.
NOTA TÉCNICA (notas de 0 a 5)
Jürgen Klopp. Apesar da derrota, teve muito mérito na forma como a sua equipa impôs respeito ao Bayern, sobretudo na 1.ª parte. Sai com o prestígio reforçado. (4)
Jupp Heynckes. Mais um feito notável numa época de sonho. Colocou o Bayern a jogar como nunca e é cada vez mais difícil aceitar que vai abandonar os bávaros. (5)