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    Um ataque de ciúmes pode estar na base do assassinato de uma jovem, ex-modelo e estudante universitária, no Morro Bento.

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    Por Gabriel Veloso

    Uma jovem estudante universitária e ex-modelo, conhecida como Edna Bessa, de 27 anos, foi atropelada mortalmente neste domingo, pelo suposto namorado, de 59 anos, no bairro Morro Bento, em Luanda.

    Segundo a prima-irmã da vítima, Elsa Carina, a morte de Edna Bessa aconteceu momentos depois de o casal ter partido para uma discussão defronte à porta da casa da jovem, onde o suposto namorado tinha estado à conversa com ela.

    “Ele estava na casa dela, e ela desce para conversar com ele. Ela já estava a descansar, até porque já estava vestida de camisa de noite. Estavam a conversar e, não sei o que é que se passou. Ficamos a saber apenas que o senhor atropelou ela e saíram uns vizinhos que a encontraram estendida no chão. Depois, ele arrancou com o carro mais à frente, os vizinhos chamam-no e ele volta. Ele dizia ‘não deixa ela fechar as vistas, chamem por ela’. Os vizinhos chamavam pelo nome dela, mas as únicas palavras que ela disse foram: Abel, me mataste por causa disso? Ele queria corromper os moços, para ir embora, mas não permitiram e levou a minha irmã até à Multiperfil, onde chegou no banco de urgência praticamente morta”, conta a irmã da falecida.

    Segundo, ainda, a prima-irmã de Edna Bessa, apesar de o casal ter mantido um relacionamento de cerca de um ano, a família não conhecia o suposto namorado, porque não era apresentado. De igual modo, afirma Elsa Carina, são desconhecidas as razões da discussão.

    “Não sabemos quais são as razões que o levaram a matar a nossa irmã. A briga passou-se no Morro Bento, à frente do Kero, na rua do Finibanco. A família não conhece o suspeito e, eu como irmã, chegamos a saber da relação apenas pelas mensagens e conversas que ela mantinha com ele. Ele chama-se Abel João Fernandes, mas sobre o que ele faz é estranho para nós”, acrescentou.

    Elizandra Gomes, tia da malograda, disse não conhecer pessoalmente o suposto namorado da sobrinha, mas confessa ter recebido algumas queixas da falecida, sobre comportamentos estranhos do alegado namorado.

    “Quanto ao suposto namorado, não tive a oportunidade de o conhecer, mas quando fui à casa dela, que ele arrendou, ela pôs-me umas questões sobre o comportamento dele. Dizia que era uma pessoa muito agressiva, estranha e que não queria frequência de pessoas familiares em casa dela”, referiu a tia, que traçou, a seguir, o perfil da sobrinha:

    “A Edna foi uma mulher estudante, que tem os seus sonhos e projectos. É mãe, deixa uma filha de 9 anos. Sempre foi uma mulher muito alegre, amiga dos seus amigos, tia dos seus sobrinhos e estamos chocados com este crime. Ninguém esperava. É muito difícil aceitar que já não podemos estar com ela.”

    Garantem os parentes da malograda estudante universitária que a família espera que as autoridades conduzam da melhor forma o processo, de formas a que se faça justiça, pois lamentam terem perdido uma menina bonita, saudável e cheia de sonhos.

    De acordo com informações prestadas por uma fonte da PGR, o homem acusado de atropelar mortalmente a namorada esteve detido, mas foi posto em liberdade condicional após pagar uma caução, porque está indiciado pelo crime de homicídio involuntário.

    Segundo, ainda, a mesma fonte da PGR, durante a instrução preparatória do processo e depois da perícia efectuada pelo SIC no local da ocorrência, apurou-se que houve, de facto, um desentendimento entre o casal, e o arguido saiu da casa da namorada e subiu na viatura para se ir embora sem ter dado conta da malograda que se pendurou no manipulo do lado direito da viatura. Ao arrancar, ela caiu e embateu com a cabeça no solo com alguma violência. O namorado parou a viatura e, de imediato, socorreu a vítima para o hospital com a ajuda de alguns vizinhos.

    Acrescenta a fonte que vimos citando, que o arguido foi ouvido em auto de interrogatório pelo Magistrado do Ministério Público competente e indiciado pela prática de crime de Homicídio Involuntário.

    Em virtude do crime admitir caução, o arguido foi restituído à liberdade, mediante pagamento de um milhão de kwanzas, devendo responder ao processo em liberdade até a data do julgamento.

    Edna Bessa morre prematuramente, aos 27 anos, e deixa

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