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    Familiares de morto agridem médico no hospital de campanha de viana

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    Parentes e amigos de Luís Fernandes, cidadão angolano falecido nesta quarta-feira, por Covid-19, no Hospital de Campanha de Viana, insurgiram-se contra a equipa em serviço no momento do ocorrido, tendo causado graves lesões a um médico intensivista, informou, nesta quinta-feira, o director-geral da unidade.

    Em declarações à ANGOP, o coronel Domingos Francisco Boa Sebastião explicou que, depois de lesionarem o seu colega, os agressores se dirigiram ao Ministério da Saúde para indagar a titular do sector, Sílvia Lutucuta, sobre a morte deste paciente, por Covid-19, nove dias depois do seu internamento.

    “Eu vi aqui dentro, os familiares a agredirem os nossos colegas. E depois recebi a comunicação da minha chefia de que essas pessoas se dirigiram até ao ministério para abordar a ministra da Saúde. Infelizmente, no nosso dia de aniversário (02 de Junho), tivemos essa prenda”, lamentou o também médico.

    Em consequência do sucedido, explicou o director do Hospital de Campanha de Viana, o médico agredido não conseguiu comparecer ao serviço, por estar a se queixar de dores na coluna.

    “Todas as nossas atitudes dependem de um mando e, se formos orientados, vamos responsabilizar criminalmente os agressores, porque é muito triste que os nossos profissionais que, abnegadamente, trabalham aqui sejam agredidos justamente no dia do primeiro aniversário da instituição”, expressou o coronel.

    Hospital defende-se

    Esclareceu que o referido paciente deu entrada no dia 24 de Maio, com um historial de assistência no domicílio. Esteve em auto-assistência, por pensar que tinha paludismo, e não melhorou. Foi a uma clínica privada, primeiro, de onde foi evacuada para uma outra com mais capacidade, devido ao seu quadro respiratório complicado.

    “Aí, foi-lhe feito exames imagiológico e de RT-PCR, através dos quais detectou-se uma infecção pulmonar (pneumonia por Sars Cov2), por diagnóstico imagiológico e laboratorial. Eis então, a razão de a família o ter tirado daí e trazido para o Hospital de Campanha de Viana, com esse quadro respiratório de falta de ar”, detalhou.

    O interlocutor da ANGOP adiantou que ficou internado no Hospital de Campanha de Viana (HCV), dependente de oxigénio, depois de evacuado de duas clínicas privadas, vindo a falecer na quarta-feira, por volta das 13h00, para a insatisfação dos familiares que acusam o hospital de negligência médica.

    “(….) Os balões de oxigénio têm manómetros, que são reabastecidos regularmente sem que haja esvaziamento total, como aconteceu ontem. Ainda que o nosso oxigénio canalizado termine, temos em garrafas, no interior do HCV, e reservas aqui na parte exterior da unidade”, garantiu Domingos Sebastião.

    Segundo o director-geral do Hospital de Campanha de Viana, foi uma morte normal, por Covid-19, de um cidadão que já enfrentava graves problemas respiratórios, reassaltando a entrega dos profissionais da instituição que “tudo fizeram para salvar Luís Fernandes, como acontece com os outros pacientes.

    Alegadas mortes generalizadas

    “É mesmo só especulação. É um mal julgamento da sociedade, pois nem tudo que se divulga corresponde a verdade. Dizer que é falso. Não morreram 20 pacientes nesta unidade hospitalar e nem sei qual é a fonte. O que tivemos aqui, na quarta-feira, foi um caso de óbito, de um cidadão angolano de 47 anos de idade”, reforçou.

    Nesta altura, por exemplo, descreveu, a unidade hospitalar contabiliza 87 doentes, na sua maioria com quadro estavel. “Estávamos com cerca de 120 pacientes e foram dadas 45 altas há dias. Temos doentes críticos, na unidade de terapia intensiva, e temos a maior parte com quadro moderado”, referiu.

    Domingos Francisco Boa Sebastião desafia os cidadãos com alegados parentes falecidos, na quarta-feira (dia 02), a comparecerem no HCV a fim de confirmarem a morte de seus parentes.

    “É preciso que a sociedade acompanhe. Aliás, nesse momento temos 87 pacientes. Onde é que estão os familiares dos demais mortos”, questionou-se, afirmando que a instituição tem oxigénio suficiente para atender os cerca de 90 pacientes internados, todos estáveis, e dar resposta à capacidade actual instalada de 300 camas.

    Por sua vez, o porta-voz do Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas (EMGFAA), Jorge Napoleão, apelou calma e paciência às pessoas com parentes internados no referido hospital, sublinhando que os profissionais aí destacados trabalham com muito humanismo e foco na salvação de vidas.

    “Em nome do EMGFAA, lamento o ocorrido, pois, trata-se de um concidadão que faz falta à sociedade, pai e irmão, pelo que nos juntamos à família enlutada, nessa hora de dor”, emocionou-se, condenando os actos de violência protagonizados por familiares de Luís Fernandes, o primeiro do género em um ano.

    HCV – Um ano ao serviço dos citadinos

    Localizada na Zona Económica Especial (ZEE), no município de Viana (Luanda), essa unidade é a maior e a principal do país, erguida numa área de oito mil metros quadrados. Dipõe de duas Alas (A e B), para cerca de mil camas, tendo recebido os primeiros pacientes a 9 de Junho.

    A infra-estrutura sanitária, orçada em mais de mil milhões de Kwanzas, conta com serviços de cuidados intensivos, intermédio e atendimento geral, com médicos e paramédicos, e está preparada para eventuais surtos, como cólera, febre-amarela e marburg, que também já assolaram o país.

    O hospital conta com mais de 30 ventiladores, um laboratório de análises, monitores, bombas de perfusão e infusão, máquinas de hemodiálise e para raio x, bloco operatório, área de esterilização, entre outros compartimentos e serviços.

    Nele, trabalham perto de 400 profissionais, no regime rotativo, com condições básicas para poder garantir uma assistência médica aos doentes infectados de Luanda e de outras províncias do país que ainda não beneficiam dessa estrutura, que nesta quarta-feira completou um ano de existência.

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