Estudo comprova que a felicidade conduz a uma maior longevidade. Doenças também podem ser combatidas com uma abordagem de vida mais positiva.
A sociedade sempre olhou para a felicidade como algo a alcançar para o bem-estar e para ser capaz de disfrutar de todos os momentos na vida, mas, agora, esta ‘máxima de vida’ foi apontada como uma das principais razões para assegurar uma maior longevidade, segundo um estudo levado a cabo pela Agência Inglesa de Estudos Longitudinais (ELSA, na sigla em inglês).
De acordo com a revista Time, a visão do mundo e da vida condiciona muito o nosso bem-estar e, apesar de a felicidade ser um estado de espírito que difere de pessoa para pessoa, quando alcançada, pode prolongar a vida e funcionar como ajuda à melhoria do nosso estado de saúde.
O estudo realizado pela ELSA teve como objetivo verificar se “o número de relatos prazerosos na vida”, num período entre 2002 e 2006, “esteve quantitativamente associado à mortalidade por qualquer causa e à morte por doença cardiovascular”, segundo o relatório da agência.
Para o efeito, foram avaliados relatos de quase 10 mil pessoas, tanto homens como mulheres, com 50 anos de idade ou mais.
Apesar do estudo se definir como apenas “observacional” e, por essa mesma razão, não poder apresentar conclusões de causas diretas, os resultados trouxeram uma “nova dimensão para a compreensão do bem-estar subjetivo”, no que diz respeito à importância que este tem para a saúde das pessoas, quando sustentado a longo prazo.
Curiosamente, além de as mulheres terem relatado momentos de maior felicidade e prazer do que os homens, os participantes que eram casados, com uma melhor formação escolar, mais ricos, mais jovens e com um emprego estável foram aqueles que se apresentaram mais felizes e, consequentemente, mais saudáveis.
Estas situações não são de estranhar, visto serem aquelas que, habitualmente, associamos a situações de maior stress. O desemprego, a título de exemplo, atravessa diversas gerações e conduz, muitas vezes, a depressões crónicas ou recorrentes.
Acrescente-se que as situações de stress e os “historiais depressivos” foram apontados para os casos de menor longevidade, juntamente com os diagnósticos de doenças coronais, diabetes, artrite, acidentes vasculares cerebrais e doenças pulmonares crónicas.
Foi comprovado que todos estes estados de saúde podem ser evitados, ou minimizados os riscos, caso a ‘felicidade’ e a “atitude positiva” sejam constantes ao longo da vida.
Aproximadamente sete anos após os últimos relatos de maior prazer e com maiores índices de satisfação, – em questões como estar com pessoas, a vida em geral e o facto de se sentirem com energia – os resultados demonstraram que a taxa de mortalidade foi 24% menor do que a taxa de mortalidade das pessoas que afirmaram ser felizes em apenas duas das ocasiões (17%).
Quanto mais tempo estiverem num estado positivo, melhor. Isto contribui para a evidência de que a atitude positiva é muito importante para melhorar a saúde”, afirmou o psicólogo Andrew Steptoe, um dos responsáveis pelo estudo.
Steptoe afirma que, ao contrário de outros estudos, o bem-estar não está só no prazer do momento, mas também na abordagem que adotamos da vida em geral. O psicólogo defende que a “satisfação”, em geral, tem um sentido muito mais amplo e que, neste estudo em particular, foi contemplado.