Por: Sara Rodrigues
Ao que parece, cantar sobre as dificuldades que o país atravessa é realmente um bicho de sete cabeças como dizem por aí, para determinados músicos angolanos.
Em entrevista ao PLATINALINE, o artista Filho do Zua exteriorizou a sua admiração pelo renomado cantor angolano Bonga, ao afirmar que em 10 anos tornar-se-á num músico como o grande “cota”.
No entanto, Filho do Zua deixou bem claro que não é sobre ser um músico que canta acerca da realidade do país, até porque a admiração que nutre por Bonga é pela sua grandiosidade no que concerne à música nacional.
“Eu imagino-me daqui a 10 anos como um Bonga. Quando eu digo como um Bonga não digo um músico que fala política, falo em ser reservado e ser uma fonte de inspiração muito grande para os jovens, é uma pessoa que gosto devido à simplicidade, canta muito”, disse.
O músico Bonga, que recentemente comemorou 50 anos de carreira, mostrou-se totalmente triste e aborrecido com os artistas da nova geração porque ao seu ver não cantam músicas de intervenção social.
Todavia, nesta entrevista, o Filho do Zua aproveitou os microfones do PLATINALINE não para discordar das declarações de Bonga, mas sim para dar o seu parecer sobre a abstenção dos artistas em não cantarem sobre política.
“O Bonga tem razão, mas os artistas hoje cantam para tapar os seus próprios buracos e não dos outros porque é daí que sai o pão dele, cada um tem medo de falar, política porque se fizer algumas portas vão se fechar. Por vezes o artista quer fazer, mas não tem como porque depende dessas pessoas”, encerrou.