Por: Hélio Cristóvão
Filipe Mukenga é simplesmente um Mestre da música angolana e carrega consigo exactos 58 anos de carreira. Tempo mais do que suficiente para ter uma opinião formada sobre o cenário artístico do qual faz parte.
Em entrevista ao PLATINALINE, o cantor, que dentre outras temáticas traz o amor e a paz nas suas composições, mostrou-se entristecido pelo facto de, nesta nova geração de artistas, a mulher passar a ser tema de desrespeito e inferioridade ao próprio gênero.
O autor de “Umbi umbi” começa por inquietar-se, por que razão boa parte dos novos artistas decidem cantar somente sobre o amor, amor este que, segundo observa, é cantado sem a arte que merece. “Por ser um sentimento secular, milenar, acho que devia ser cantado com mais arte”, opinou.
Ainda na senda dos talentos emergentes da música angolana, Filipe Mukenga, que faz o uso da música para transmitir conhecimentos e cultura, diz sentir a falta de “metáforas” e “figuras de estilo” em boa parte das músicas actuais, o que, por sua vez, retira a beleza e a arte merecida. “O pior é que é sempre a Mulher a ser desrespeitada, muitas vezes aparece nas canções inferiorizada em relação ao Homem. “É ela que dá a vida”, concluiu.