No universo musical angolano, há temas que raramente vêm a público, mas que há muito tempo circulam nos bastidores: monopólio, sacrifícios e até práticas místicas. Em entrevista exclusiva ao PLATINALINE, o kudurista Godzila do Game lançou duras críticas ao sistema que, segundo ele, controla e manipula o percurso de muitos artistas no país.
Sem rodeios, o artista afirmou que a música angolana está longe de ser um espaço livre e democrático. “Quando não és do meio deles, quando não lhes deves obediência, tornas-te um alvo. Eles criam barreiras para te bloquear”, declarou Godzila do Game, referindo-se à existência de um “círculo fechado” que monopoliza oportunidades e decide quem tem espaço e quem será silenciado.
O músico acusa figuras influentes da indústria de controlarem não apenas os palcos e eventos, mas também os bastidores das decisões artísticas, dificultando o crescimento de talentos independentes. Para ele, quem não se submete a essa lógica torna-se automaticamente um outsider, obrigado a travar batalhas constantes para conquistar reconhecimento.