Inspirado na grande mulher Nginga Mbandi e no gingar da mulher angolana, nasce o primeiro programa de moda angolano Estilo Ginga, uma criação de Henry Christopher e produzido pela KULENGA Produções e Filmes. Estilo Ginga promete ser ‘’Um novo senso criativo’’.
O novo programa televisivo a estrear brevemente na TPA 1, foi criado com o objectivo de inculcar as mulheres angolanas o hábito do uso das roupas africanas, uma vez que o uso das mesmas foi-se perdendo ao longo do tempo e essa perda gerou um certo tabu que será desmitificado ao longo dos episódios.
O Estilo Ginga assemelha-se ao programa estadunidense Project Runway apresentado pela Top Model alemã Heidi Klum mas adaptado a nossa realidade.
Foto Divulgação
Rampa de lançamento para novos estilistas angolanos na área de confecção de roupas de estilo africano, com uma duração de três meses e com uma apresentação semanal, o Estilo Ginga iniciará a primeira temporada entrevistando pessoas que fazem do estilo africano o seu dia-a-dia e que reveem no estilo a sua história, a sua trajectória, figuras como Rosa Roque e Kanguimbo Ananás contarão histórias sobre a sua ligação ao estilo e como não podia deixar de ser, criadores nacionais como Rui Lopes e Avelino do Nascimento contarão histórias sobre o seu envolvimento com o mundo da moda em Angola.
Dando seguimento as entrevistas, entraremos numa espécie de reality show/ concurso aberto para o público que se sinta capacitado e munido de conhecimentos de concepção de ideias, corte, costura e liderança.
O programa contará com a participação de aproximadamente oito (8) aspirantes a estilistas que passarão por uma eliminação progressiva que reduzirá os participantes iniciais a apenas 1 que será o vencedor.
Cada desafio exigirá que os estilistas desenvolvam uma ou mais peças de roupas que são apresentadas na passarela e variarão em diversidade criativa para testar tanto a criatividade do participante, quanto a sua concepção de estética pessoal.
Os participantes terão como mentora a conceituada estilista Nadir Tati, que dará sugestões sobre as criações e acompanhará o processo de concepção.
A cada desfile os estilistas serão julgados na passarela pelo trabalho concebido até a data da primeira eliminação e posteriormente haverá uma votação pública para a escolha do eliminado.
O banco de jurados será formado por um especialista na cultura africana, um estilista e um especialista em história da moda em geral. Cada eliminatória contará também com a presença de alguns criadores estrangeiros de moda africana.
Premiação
O vencedor terá como prêmios uma linha de crédito para abertura de um atelier com as máquinas básicas, formação em um atelier de um estilista nacional de renome e ingresso imediato a um dos maiores eventos de moda no país que suceder a divulgação do vencedor.
Inscrições A partir da próxima semana, iniciarão as chamadas para o ingresso ao programa e o material a ser entregue que será anunciado na data de início das chamadas, deverá ser entregue na portaria da TPA1, Atelier Nadir Tati (Talatona) e nos escritórios da Kulenga Produções e Filmes (Projecto Nova Vida).
Crítica
Embora apareçam inúmeras opiniões contrárias ao lançamento deste projecto, o Estilo Ginga é uma abertura para se originarem outros programas do género e quiçá uma alavanca para o ressurgimento da indústria têxtil no país.
É um projecto ambicioso, que surge numa altura em que o mercado do vestuário no país está sob o domínio estrangeiro (USA, Brasil entre outros países), quando deveríamos seguir exemplos de países como a África do Sul, Nigéria e Camarões em que as suas raízes são diariamente visíveis na maneira de vestir do seu povo.
Espero que este programa mude positivamente a forma das mulheres angolanas olharem para os trajes de estilo africano e que a qualidade do programa faça jus ao nome N(ginga).