Após quatro anos de interrupção das suas actividades religiosas, fruto de um conjunto de denúncias que chegaram ao Ministério Público proveniente de um grupo de ex-pastores e dissidentes, a direcção da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola realizou, nesta terça-feira (16), no Condomínio Laranjeiras, em Talatona, a conferência de imprensa que visou esclarecer o desfecho sobre a situação que dividia a referida instituição religiosa em duas alas: a Brasileira e a Angolana.
A conferência foi presidida pelo Presbítero Geral da Igreja Universal em Angola, Alberto Segunda, na presença de alguns pastores e obreiros, na qual se destacou dois pontos elementares: “situação jurídico-legal da igreja” e a “reabertura dos templos”.
Sobre a situação Jurídico-legal da igreja, Alberto Segunda esclareceu, na ocasião, que a igreja Universal é única e indivisível, e deixou claro que venceram a causa em tribunal.
“Nós vencemos a causa em tribunal, temos toda a documentação comprovada. O que levou a igreja ao tribunal são crimes, é o que os nossos irmãos alegavam serem os legítimos porque achavam que havia crimes e agora que não há crimes, eu acredito que a questão da legitimidade da liderança é um não assunto, o que as pessoas têm que fazer é acatar com aquilo que o juiz determinou, sentenciou e vamos em frente”, referiu.
Entretanto, para o advogado defensor da causa, Pinto Luís, a decisão foi favorável à igreja por provas infundadas: “A decisão foi favorável à igreja por provas infundadas, percebeu-se que eram meramente acusações, foram absolvidos os réus e o tribunal, fruto desta decisão judicial, emitiu um ofício judicial a notificar o comando da Polícia Nacional, o Instituto Nacional Para os Assuntos Religiosos, no sentido de fazer a devolução de todos os templos e dos bens que se encontravam apreendidos em torno deste processo”, explicou.
Quanto à reabertura dos templos, que é uma decisão do tribunal, de acordo com o acórdão do Tribunal Comarca de Luanda, o líder religioso esclareceu que já não há nenhum obstáculo legal e garantiu que os templos serão reabertos de forma gradual.
“Actualmente não existe nenhum obstáculo legal à direcção da Igreja, e em face deste facto já foi possível efectuar a reabertura gradual de alguns templos e com toda a certeza faremos nos demais, tão logo as condições técnicas e de infra-estrutura estejam reunidas para tal, como já ocorreu em Cabinda e em Benguela”, esclareceu.
Por: Nunes Hebo
Foto: Gerson Cambundo