Após uma passagem breve em Angola, do cantor brasileiro Oruam, que actuou no último Sábado na temática festa “O Bodão”, cuja estada foi marcada por várias polémicas, o veterano Jornalista Ismael Mateus mostrou-se indignado entre críticas e reflexões à volta do assunto, por meio de uma mensagem partilhada nas redes sociais.
Na mensagem, o jornalista de 59 anos reflectiu o seguinte: “Não há dinheiro para a cultura em Angola, mas depois há sempre gente que gasta o pouco que existe com cantores brasileiros de segunda ou com músicos que não residem em Angola”.
Para Ismael, “os músicos e artistas de modo geral que batalham no país têm poucas oportunidades”, pois para quem organiza actividades culturais, “nunca há dinheiro, mas depois há patrocínios para ir buscar alguém que não contribui nada para a economia, nem para a cultura angolana”.
Sem poupar na escrita, o também poeta sugere ainda às instituições estatais que tutelam esta esfera; AGT e Ministério da Cultura, a regulamentar a importação de produtos culturais. “Trazer alguém de fora para um ambiente onde há excesso de oferta cultural deveria obrigar ao pagamento de impostos e taxas de importação e ao pagamento em moeda estrangeira”.
O Jornalista termina a sua reflexão direccionada aos organizadores do evento acima mencionados, referindo-se que “deveria pelo menos existir uma reacção pública negativa contra o promotor que trouxe o tal brasileiro (Oruam) que, esse, sim, deveria pagar um alto preço económico e de imagem, por abusar da paciência, apesar do direito de usar o seu dinheiro no que quiser”