Por: Hélio Cristóvão
Com mais de 27 anos de estrada, Kelly Silva falou em entrevista exclusiva ao PLATINALINE sobre várias situações da sua carreira, nunca antes ditas. O autor de “5 minutos” fez revelações surpreendentes sobre o showbiz, especialmente sobre a arte na qual é predominante. Confira!
PLATINALINE – Existe algum momento da sua trajectória artística em que considera ser mais significativo?
KELLY SILVA – Acredito que o momento mais significativo da minha trajectória musical foi quando fui convidado a fazer parte dos 100 jurados do concurso”Canta Comigo”, no Brasil, em 2018. Penso que, até o momento, foi também a maior conquista que tive. No meio de 99 estrelas brasileiras, eu fui o único cantor africano na história da televisão brasileira a ser convocado para um dos júris principais.
PLATINALINE – Qual foi o maior obstáculo constatado e superado durante o seu percurso?
KELLY SILVA – O maior obstáculo que notei na minha trajectória musical foi o facto de eu cantar música romântica. Na altura, era visto como um cantor estrangeiro e não podia participar de grandes eventos nacionais e internacionais em que estava representada a bandeira de Angola, porque diziam que eu tinha ares estrangeiros. Felizmente, isto já não existe, acredito eu.
PLATINALINE – Se pudesse recomeçar a carreira, o que faria de diferente?
KELLY SILVA – Acho que escolheria melhor as pessoas com quem lidar, seria menos impulsivo, porque quando somos jovens, acabamos, às vezes, por bater de frente com as pessoas, e num país como o nosso, onde é tudo à base de interesses políticos, principalmente, e à base de amiguismo, acho que seria um pouquinho mais coerente nas coisas e um pouquinho falso (rs).
PLATINALINE – Já perdeu alguma coisa em detrimento de dizer o que pensa?
KELLY SILVA – Já perdi muita coisa, eu era muito verdadeiro. Por exemplo, já perdi contratos, shows, perdi interação em alguns projectos que tinham a ver com a bandeira nacional. Já fui pago 500 Dólares como cachê, quando devia ser 20.000 Dólares, a tirar do bolso… E quando não aceitei, eu era automaticamente barrado em outros shows.
PLATINALINE – O que julga ser mais importante na música?
KELLY SILVA – O profissionalismo. Para mim, é o mais importante, independentemente da grandiosidade do evento. Quando falo em profissionalismo, estou a falar no seu todo, desde os arranjos, direcção musical, a sua apresentação, a produção em si… tudo isso reflete no seu profissionalismo.
PLATINALINE: Já atingiu o ápice da sua carreira em Angola?
KELLY SILVA – Ainda não. Graças a Deus, sou conhecido de Cabinda ao Cunene, mas ainda assim, para chegar ao topo da minha carreira em Angola, preciso de muito mais, principalmente no que concerne às empresas, parcerias, publicidades a representar marcas.
PLATINALINE – O que considera ser um artista completo?
KELLY SILVA – É aquele que tem bagagem suficiente para representar a bandeira e T-Shirt que veste. Por exemplo, é um artista que só faz ao vivo, que respeite a carreira e, acima de tudo, que seja uma referência, uma marca.