Se a moda está olhando hoje para as referências de uma época em que sua marca surgiu e explodiu, a coisa mais esperta a se fazer é aproveitar-se desse histórico. É o caso de Domenico Dolce e Stefano Gabbbana, que começaram a Dolce & Gabanna em 1985 e atravessaram (e moldaram) o pré e o pós Y2K.
Outra vantagem da dupla: as amigas certas por perto. Sai dessa soma o show de verão da marca, batizado de “Ciao, Kim”. Dividindo (ou emprestando?) holofotes junto aos designers, Kim Kardashian topou aparecer para assinar “a seis mãos” a coleção, desfilada sob um curta-metragem à cinema italiano estrelado pela Kardashian-mor comendo uma bela macarronada. Depois de causar dramas usando o vestido de Marilyn Monroe, Kim resolveu encarnar o lado europeu das estrelas dos filmes – agora, mirando para Sophia Loren (quem será a próxima, Sonia Braga?).
Na passarela, o seu olhar aparecia na coleção: Kim pinçou modelos de arquivo da Dolce & Gabbana das últimas décadas; refeitos e relidos para a moda de hoje pela marca. O resultado é uma mezzo-retrospectiva histórica, sem cara de museu, que mostra a potência dos estilistas dentro do seu universo próprio — seja nos vestidos corsetados, nos animal prints, no uso de lingerie como roupa cotidiana, na alfaiataria feminina, nos bordados de pedraria…
Para as nerds da moda, cada look carregava etiqueta de referência bordada com a estação correspondente, deixando pronto o caminho para a caça de comparações. Para as clientes da marca e as fãs da mulher mais falada do mundo, um casamento de universos que era inevitável