Bobi Wine, nome artístico do conhecido líder da oposição no Uganda, Robert Kyagulanyi, fez saber que espera que o seu novo filme chame a atenção para a situação política no seu país. O documentário “Bobi Wine: Ghetto President”, segundo a Efe, é uma visão dos bastidores da sua própria transição de estrela do reggae para candidato presidencial do Uganda.

Falando no Festival Internacional de Cinema de Veneza, o líder da oposição ugandesa disse esperar que o filme “faça a comunidade política internacional reflectir sobre o que está a suceder no seu país. “Espero que percebam exactamente o que se está a passar no Uganda: genocídio, assassinato, opressão e ditadura”, disse.

O lider da oposição esclarece ainda que “sempre quis que as coisas mudassem”, mas foi um incidente com as autoridades há 15 anos que o convenceu de que precisava fazer mais. “Depois de mais de 10 anos a cantar música politicamente consciente, vi que nada mudava. Então decidi dar um passo na política para ver que isso realmente dava”. Wine não tem intenção de parar a luta, embora não saiba dizer qual será o próximo passo.

Wine, cujo nome verdadeiro é Robert Kyagulanyi Ssentamu, foi o principal candidato opositor na votação presidencial de 2021 contra o líder de longa data, Yoweri Museveni, que venceu o pleito com 58 por cento dos votos. O músico e político, que foi detido e assediado várias vezes antes da votação, rejeitou o resultado, alegando que havia evidências em vídeo de militares a encher urnas e a afugentar eleitores das assembleias de voto.

Museveni rejeitou as alegações de fraude eleitoral. Embora não tenha assumido o cargo, Wine diz que o filme é “um sucesso esmagador”.