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    Manuela Dias, autora da minissérie da Globo de sucesso ‘Justiça', partilha o seu processo de criação

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    Manuela Dias, autora da minissérie da Globo de sucesso ‘Justiça', partilha o seu processo de criação

    Aos olhos do grande público, Manuela Dias pode não ser ainda tão conhecida. Mas a jovem e experiente autora, que há 20 anos escreve para teatro, cinema e TV, encanta o público logo nas primeiras palavras e o seduz para mergulhar no universo que constrói para os seus personagens. Uma das últimas alunas dogrande Gabriel García Marquéz, ela conquistou o público com‘Ligações Perigosas' e agoracom a minissérie ‘Justiça'.

    Em entrevista ao programa ‘Ofício em Cena', Manuela contoua práticado que chama de “dramaturgia de rua”. Isso é, aconversa comum, a intimidade dos grandes e dos pequenos eventos–seja o sentimento do rei no dia da coroação ou o sofrimento que o vendedor de café está a viver naquele dia de trabalho. No início da carreira, a autora adoptou uma estratégia diferente para ouvir boas histórias: levou uma placa para o centro do Rio de Janeiro, um gravador de áudio e muitas moedas de um real no bolso, propondo-se a pagar com uma moeda por cada história que lhe quisessem contar. Fez isso durante quase dois anos. “O que mais me interessa é a intimidade da história: como o rei acordou no dia da coroação? Busco a intimidade para mostrar como todos nós somos protagonistas das nossas histórias”, explica a roteirista.

    Ela tambémdescrevena entrevista como são as etapas desse processo. Manuela gosta de trocar ideias com a sua equipa de trabalho,no entantoconsidera o diálogo uma parte pessoal e intransferível do processo: “Eu sempre brinco, Hamlet é ‘Ser ou não ser’enão o homem que quer vingar a morte do pai porque o tio casou com a mãe. Quantas pessoas sabem da história do Hamlet? Mas todo mundo sabe que ‘Ser ou não ser, eis a questão’. Tanto que eu falo para os actores: ‘Não mude as falas sem dizer-me, mande-me a sua dúvida e eu retrabalho. Porque, para  mim, o processo é vivo até à edição. Não é um escritor que está lá longe, fechado, e ele vai mandar o seu texto. Não, eu estou viva o tempo todo”, conta. A autora conta ainda que as cenas já gravadas e editadas enviadas para ela pelo director a alimentam muito e já reescreveutrechos do roteiroem cima de cena que viu. “Ou porque a actriz fez umacoisabrilhante, que eu jamais poderia pensar, ou uma luz sugestiva, uma direcção que caminha para o outro lado”, exemplifica.

    Em Cuba, Manuela Dias foi uma das nove alunas da última turma de cinemadeGabriel García Márquez,  o Prémio Nobel de Literatura e autor de grandes livros, como ‘Cem Anos de Solidão'. Com ele, Manuela aprendeu a extrair o que é realmente interessante de uma história. “Ele me passou muito isso, essa coisa de: ‘Cual es la buena?'. Essa história não me faz imaginar nada, essa história não me transporta, essa história não me interessa. Tem gente que é tão bom de contar história, que pode contar a coisa mais banal do mundo e você vai curtir. Enquanto a outra pessoa, que é mala, sem empatia, pode contar uma história interessantíssima, mas você vai dormir. A história que merece escuta é um pacote muito complexo entre empatia, personagem, modo de falar e a própria história”, resume a autora.     

    A minissérie ‘Justiça',que tem final no dia 30 deSetembro, aborda o tema da moral, masa autoradefende que “dizer o que é certo ou errado em teoria por vezes é mais complicado do queo queo coração pode afirmar. A trama mostra-nosos acontecimentosna vida das personagens depois de a justiça lhes morder os calcanhares”. E issopode acontecer a qualquer um de nós. ‘Justiça' nasceu quando uma funcionária da sua casa sofreu uma injustiça muito parecida com a da personagem de Adriana Esteves na trama. O marido dela tinha sido preso por matar o cachorro do vizinho, que invadia o seu terreno e comia os seus patos. “O que eu gostaria com a minissérie é que a gente consiga colocar-se no lugar do outro, um óptimo exercício de transposição que a dramaturgia nos proporciona”,finaliza Manuela.

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