Detentor de um vasto currículo internacional, há quatro anos em Angola Marco D’Santo arrebatou as passerelles nacionais. O manequim destaca-se pelo porte alto e pela estrutura esbelta enquanto desfila, mas poucos conhecem o verdadeiro Marco D’Santo “há um estereotipo social de que os modelos são pessoas básicas e sem formação, mas eu faço moda como diversão, é um hobbie, sou formado em gestão empresarial e tenho o mestrado em gestão de recursos humanos pela universidade Cambridge”.
Marco D’Santo é um dos dois angolanos até agora conhecidos, a concluir a formação em Cambridge mas o percurso não foi livre de dificuldades “Foi muito complicado eu fiz um acordo com o meu pai, ele mandava-me para lá e eu corria atrás do resto, fiquei a viver em casa de uns primos mas para pagar a faculdade fiz um empréstimo de estudante, muito comum lá fora e na verdade só acabei de pagar o ano passado, fui convidado pela Ford Models para integrar a agência mas o meu foco sempre foi a minha formação, não sonho com a internacionalização”.
Marco D’Santo e Mónica Pires são pais de uma menina de dois anos, o manequim garante que a vida no mundo na moda não é suficiente “Luanda é uma das cidades mais caras do mundo, e os cachets não são grande coisa, os modelos têm de ter outra ocupação para se sustentarem, muitos são casados e têm outras bocas para alimentar” afirma.
Quando se refere à vida a dois o manequim não poupa elogios à sua companheira “a minha mulher é a minha estabilidade sem ela eu seria um homem sem foco, a felicidade dela é ajudar-me a conquistar a minha própria felicidade e é recíproco ela é sempre a primeira a motivar-me, quando recebi o convite do Nuno Gama para desfilar no moda Lisboa fiquei reticente mas a minha mulher ligou para mim e disse “Marco comprei o bilhete, vais na sexta e voltas no domingo tchau” e assim foi”.
Apesar do assédio, a vida é vivida com tranquilidade “há muito assédio e vem de todos os lados pelo tipo de trabalho, a moda dá muita visibilidade, mas para mim é tranquilo desde que haja respeito”.