Por: Iraneth da Cruz
“Encaro a moda como um hobby”, essas foram as palavras do modelo angolano Marco D’ santo de 31 anos de idade, 1,85 de altura, pai da menina Ayla de 2 anos, licenciado em Gestão Empresarial e Mestre em Gestão de Recursos Humanos.
Segundo o modelo o seu maior sonho sempre foi ser jogador de futebol.
Platina Line: Há quanto tempo ficou fora de Angola, porquê?
Marco d’Santo: Fiquei fora de Angola durante 20 anos entre Portugal, África do Sul e Reino Unido.
Platina Line: O que lhe motivou a regressar a Angola?
Marco d’Santo: Foi sempre o meu grande objectivo regressar a minha terra natal após terminar os meus estudos. Quero ser uma mais valia a nível profissional para o país e ajudar os mais necessitados.
Platina Line: O que faz para manter a sua forma física?
Marco d’Santo:Treino todos os dias de segunda à sexta por duas horas.
Faço musculação e Jiu Jitsu e procuro ter uma alimentação regrada e não cometer excessos.
PL: Como e quando tudo começou?
MS: Todo começou na África do Sul como forma de brincadeira, fazia alguns trabalhos de moda mas não levava a sério . Contudo após ser abordado por um Scout em Londres (UK) levou-me a considerar a carreira de modelo.
PL: Ser modelo sempre foi a sua paixão, porquê?
MS: Para ser honesto nunca sequer cheguei considerar a moda na minha vida. Quando criança o meu maior sonho sempre foi ser jogador de futebol.
PL: Desde sempre contou com o apoio da sua família? Explique?
MS: A minha família nunca ajudou, mas também nunca empatou. Sempre corri atrás dos meus objectivos sozinho independentemente das dificuldades.
PL: Desde que se tornou modelo, já se deparou com alguma situação constrangedora. Pode revelar?
MS: Por trás do glamour do mundo da moda existe um outro sub-mundo, existe o assédio de ambos os sexos e a depressão quando não se consegue um trabalho.
Por ser uma pessoa mentalmente muito forte sempre soube pôr as pessoas no seu devido lugar e por isso perdi trabalhos e reconhecimento.
PL: Marco importante na sua vida profissional?
MS: O marco importante na minha vida profissional foi ter aberto o desfile da Nadir Tati no Moda Lisboa 2015. Sendo a minha primeira vez no evento e também da Nadir o neologismo era muito porque não quis desiludir, em primeiro lugar a estilista pela a confiança depositada em minha e o meu país.
PL: Em algumas frases compactas, fale um pouco sobre o seu trabalho e diga como é uma semana típica de trabalho?
MS: No mundo da moda é tudo muito corrido, por exemplo, durante a semana Angola Fashion Week o estresse é tanto que por vezes pensamos no pior, começamos o dia de manhã cedo a fazer provas de roupas depois temos ensaios e por vezes os ensaios não correm tão bem como o esperado e por isso temos que repetir várias vezes e tudo isso é muito estressante.
PL: Em poucas frases, o que pensa dos modelos angolanos?
MS: Temos modelos de altíssimo nível internacional.
PL: Já se consegue viver da moda (em particular) em Angola, porquê?
MS: Infelizmente ainda não é uma realidade e não essa mesma realidade mudar um dia.
Os eventos de moda são poucos em Angola e ainda não temos uma indústria têxtil que daria aos modelos mais oportunidades de trabalho. Como se diz na gíria a moda em Angola apenas serve para fazer uma “micha” e tê-la como hobby.
PL: Descreva-nos o que mais gosta naquilo que faz?
MS: Gosto do facto de incorporar uma pessoa totalmente diferente de mim. Normalmente sou uma pessoa tímida e acanhada até conhecer pessoas, e a moda deixa-me mais solto até mesmo mais alegre.
PL: Qual foi o desfile mais marcante da sua vida, dentro e fora de Angola. Porque?
MS: Fora de Angola foi o Joanesburgo Fashion Week de 2013, pela própria experiência e por sentir que foi um dos melhores desfiles que já fiz e dentro de Angola foi o meu primeiro Fashion Week em 2012.
PL: Que prémios ou nomeações, já teve a oportunidade de receber, e onde os recebeu?
MS: 2012 Melhor Manequim da Hadja Modles, 2013 Melhor Manequim Angolano do ano (Moda Luanda) e desde estão fui nomeado todos os anos para melhor manequim em quase todos os eventos.
PL: Como consegue conciliar a sua vida profissional com a pessoal?
MS: Não misturando uma coisa com a outra. Encaro a moda como um hobby e a minha vida pessoal é o que eu tenho de melhor.
PL: Quando não está trabalhar “tempos livres”, o que costuma fazer?
MS: Gosto de praticar desporto e estar com a família.
PL: Como é a convivência com os seus colegas de trabalho?
MS: São todos boas pessoas cada um do seu jeito.
PL: Descreva o que mais gosta naquilo que faz?
MS: Gosto da pressão e da ousadia dos estilistas, mas acima de tudo gosto da própria moda em si.
PL: Por fim, diga-nos alguma coisa que ainda não tenha feito mas que gostaria muito de fazer?
MS: Gostaria muito de fazer uma grande campanha internacional.
PL: Sente-se um modelo realizado? Sim/não. Porquê? O que falta?
MS: Com certeza. Sinto-me um modelo muito abençoado por ter alcançado todos os meus objectivos profissionais e daqui em diante tudo que eu vier a conseguir é apenas um bónus.
PL: Além de modelo quais são os outros trabalhos que já fez ou que faz?
MS: Juntamente com o Fredy Costa lancei o primeiro DVD de Fitness e Nutrição de Angola intitulado Sweat by Fredy&Marko.
Sinto-me profissionalmente realizado nas aéreas da minha formação, trabalho na minha instituição de sonho e só tenho mesmo que agradecer.