O jornalista e produtor de audiovisual Miguel Manuel, mentor do projecto documental sobre a história e a antropologia africana Imiji Ya Ngola ( raízes de Angola, em língua Tchokwe), afirmou que o mercado angolano não se encontra preparado para a produção de documentários, pois quando se solicita apoio por parte das instituições dificilmente as portas são abertas.
‘‘Infelizmente, todos os documentários que eu produzi, enquanto projectos particulares, foram a custo próprio e quando se pede apoio às instituições ninguém liga’’.
Convidado do programa Artes Cruzadas, da PLATINA FM, realçou que o angolano precisa saber mais sobre a história de Angola, pois há muito o que se desconhece. Reconheceu, ainda, a existência de um número elevado de pessoas que se interessam em saber mais sobre a trajectória dos povos que habitam nas várias províncias do país, algo que para si é bastante positivo.
‘‘Eu me lembro da primeira vez em que houve a exibição do primeiro documentário ‘Os reis do Leste, e as pessoas a chorarem ao verem histórias que desconheciam. Aí me toquei que o angolano precisa de historia’’.
De realçar que Imiji Ya Ngola é um projecto que tem por finalidade traçar, de forma jornalística, diferentes traços culturais do povo angolano dentro do seu contexto etnográfico ( costumes, índole, raça, valores, arte, língua e religião), bem como as marcas da sua africanidade.
Por. Eliane Cambiete