A estilista Lisete Pote trabalha há 22 anos com moda. Bastante exigente, franca e aberta são as características principais que as pessoas que a rodeiam apontam quando a tentam definir.
Quando era ainda muito pequenina pedia a mãe que a ensinasse a coser. Com o passar dos anos descobriu que a moda era a actividade a que se queria dedicar de corpo e alma, razão pela qual, não a concilia com nenhuma outra actividade.
Foi modelo, em Portugal de 83 a 86 e descreve essa etapa da sua vida como tendo sido uma fase bonita, em que era secretária de direcção de uma empresa de importação e exportação de madeiras mas também fazia desfiles.
Para à actividade que hoje exerce, formou-se em Portugal e teve de fazer pesquisas por alguns países africanos, para melhor entender África e o seu país.
A motivação para esta designer formada nas áreas de belas artes e artes-plásticas para se tornar numa das estilistas mais reconhecidas que Angola já conheceu foi o facto de ter feito algo que sempre gostou e que estava enraizado nela. “Sempre gostei de trapos, era muito vaidosa e queria andar diferente dos outros, daí o gosto pela costura e depois de uns anos a trabalhar em escritórios, resolvi abraçar os trapos a sério” declarou.
A moda em Angola continua a ser uma realidade delicada. A ausência da indústria têxtil e a falta de escolas para formação de criadores faz com que os obstáculos para o progresso desta arte não sejam poucos. Contudo, ainda assim, o trabalho desta talentosa senhora que já fez inúmeras apresentações e já ganhou vários troféus ao longo da sua carreira, é um dos nomes mais sonantes da moda no nosso país.
Panos africanos, rendas, organzas, linhos , sedas, malhas, são, basicamente, os materiais com que mais trabalha. Para tal, conta com a ajuda de costureiros, das filhas, sobrinhas e irmãs.