Por: Hélio Cristóvão
Nascida e criada no Bairro do Golf 1, filha de um vendedor ambulante e de uma doméstica, a modelo contrariou a lógica do seu bairro e se tornou uma das angolanas mais internacionalizadas no mercado da moda no Brasil. A modelo angolana, residente em São-Paulo (Brasil), Chelfa Caxino encontrou na moda forças para vencer as vicissitudes que a vida lhe impôs.
Com 23 anos de idade, Chelfa Caxino falou em entrevista ao PLATINALINE sobre os primeiros passos na carreira, suas grandes inspirações e desafios.
A modelo conta que a moda sempre fez parte da sua vida, porém, profissionalizou-se no segmento após emigrar para o Brasil. Em Angola, a modelo até tentou uma carreira tendo participado em alguns castings com destaque para o “Elite Model”, mas infelizmente não foi aprovada.
“Alegadamente eu tinha muitas curvas, respeitando a ditadura da moda que imperava em Angola (onde meninas que não apresentavam um porte físico muito magro eram excluídas da indústria da moda)”, disse.
Ainda em Angola, a modelo chegou a fazer parte de uma agência onde a condição para se manter enquanto modelo era fazer uma contribuição semanal, o que dificultou a sua continuidade. Dalí em diante passou a dedicar-se exclusivamente em concursos de miss, onde posteriormente surgiu-lhe a oportunidade de participar de um concurso de Miss no Brasil, onde arrebatou a coroa de Miss Angola/Brasil 2018, um feito que indubitavelmente abriu-lhe inúmeras oportunidades naquele país da América.
Com o sonho de exaltar o seu nome ao mais alto grau, Chelfa já posou para a revista Vogue Brasil, Portugal e Itália, participou também, pela terceira vez consecutiva, no São-Paulo Fashion Week, o maior evento de moda do Brasil e o mais importante da América Latina, além de ser a quinta maior Semana de Moda do Mundo, depois das de Paris, Milão, Nova York e Londres.
Caxino, que tem como principais inspirações Maria Borges, Sharam Diniz e Naomi Campbell, acredita que Angola é uma potência da moda, um país cheio de talentos e gente bonita em fase de crescimento. “Alguns fazedores de moda precisam de parar de associar à moda e a prostituição. Acredito que com um pouco mais de investimento não ficamos a dever nada às grandes potências”, concluiu.