Por: Stella Cortêz
De regresso à capital angolana, após um interregno por conta da emigração pelas metrópoles, Palmira Teixeira, criadora da marca Milucha Design, que recentemente exibiu a sua coleção de roupas na 23ª edição do Moda Luanda, falou em entrevista ao PLATINALINE sobre o impacto da covid na indústria da moda, e das peças diárias exclusivas que pretende apresentar em breve.
A estilista começou por dizer que, sem a pandemia, as coisas já eram bastante complicadas, com o surgimento da covid-19, a estratégia consiste em somente reinventar-se, acrescentando que, se em outra ocasião esperavam pelo cliente bater a porta, hoje os estilistas vão até aos clientes.
“Neste momento, não cruzamos os braços, muito pelo contrário, optamos pelo espírito de resiliência com projectos bastante apelativos, de formas a não perder a clientela, é preciso se reinventar. Criamos duas coleções que apresentaremos nas redes sociais nas próximas semanas. Outra estratégia é usar o material local, exemplo: Criar com maior proporção os nossos panos africanos, a intenção é tirar o lado positivo das consequências da covid-19, tento ao máximo ver o lado positivo das situações. Acredito que o mercado nacional e a moda nacional serão mais valorizados”, disse.
Palmira, que levou pela segunda vez as suas peças ao maior evento de moda do país, conta que diferente do que se via em tempos passados, nos dias de hoje, as pessoas procuram pelos trabalhos confeccionados por estilistas locais, detalhe que tem acompanhado com frequência no seu atelier.
“As pessoas normalmente quando me vêm vestida, querem sempre o modelito igual ao que eu uso no dia a dia, temos estado bastante atarefados com a indumentária diária da nossa Diva da Comunicação Social, Mara D’alva, que também faz parte do projeto da roupa diária (executiva)”.