Por: Nunes Hebo
O conhecido actor angolano Jaime Joaquim contou, recentemente em entrevista ao programa “Platinando”, da Platina FM (96.8), que o teatro o salvou por encontrar na arte o refúgio para lidar com um distúrbio genético com o qual cresceu: “a dislexia”.
A dislexia é um distúrbio genético que se caracteriza pela dificuldade de aprendizagem, que compromete a capacidade de leitura e escrita. Entre alguns dos sinais da dislexia estão lentidão no aprendizado, problemas de concentração, dificuldade em soletrar e confusão com letras, sons ou grafias parecidas.
O distúrbio descoberto pelo actor apenas aos 26 anos, Jaime Joaquim recordou do bullying que sofreu enquanto criança, “você não sabe ler”, ouvia constantemente esta frase, dada a ignorância das pessoas sobre o distúrbio, deixando até familiares com pouca fé em relação à sua pessoa.
“Uma vez, nós tivemos uma reunião familiar e a minha irmã chegou até mim e disse que eu era dos filhos da mãe que as pessoas não esperavam que fosse singrar na vida”, contou.
Aos 10 anos, descobriu o teatro, e foi na arte de representar que encontrou mecanismos para lidar com o distúrbio genético.
“O teatro salvou-me a vida, eu sou muito grato ao teatro. (…) porque eu gaguejava, eu chorava facilmente, eu não conseguia me expressar, então, no teatro, os exercícios, o contacto com as pessoas, o querer superar o personagem, o querer fazer (…) aquilo foi despertando em mim outras capacidades, outras valências e fui granjeando e hoje estou aqui”, contou.