Raimundo advertiu, ainda, que caso os clubes consigam, um dia, preencher os requisitos exigidos por lei para a profissionalização do futebol, a criação da Liga poderá afastar da disputa a maioria das equipas actualmente no Girabola, por incapacidade financeira.
A profissionalização do futebol, segundo o jurista, implicará uma redução de equipas, porque, neste momento, “apenas seis a oito clubes” estão em condições de integrar a Liga.
“O 1º de Agosto, Petro de Luanda, Interclube, Desportivo da Huíla, Sagrada Esperança, Desportivo de Saurimo, Bravos do Maquis, Académica do Lobito e o Wiliete, esta última, a única equipa que não é apoiada pelo Estado, não minha perspectiva, seriam as únicas equipas em condições de entrarem de forma imediata para uma Liga. Não sei se nos interessa reduzir o nosso campeonato de alta competição a oito equipas, com o agravante de ficarmos com um campeonato mais de Luanda do que propriamente nacional”, argumentou.
O presidente do Conselho Jurisdicional da FAF lamentou o facto de ter constatado, de forma objectiva, a inexistência de condições de a maioria dos clubes reunirem os requisitos, nem mesmo os ditos clubes grandes.
“Basta ver que o 1º de Agosto, que é visto como um dos gigantes do nosso futebol, quando lhe fecharam as torneiras no Ministério das Finanças, os jogadores quase decretaram greve. Quem diria. Um clube com a dimensão nacional e internacional do 1º de Agosto aparece com estas debilidades. E quem fala do 1º de Agosto, pode falar do Petro, porque se a Sonangol entra em crise e retira o patrocínio ao Petro, o clube desaparece. Portanto, os ditos grandes clubes são autênticos gigantes com pernas de barro”, confessou.