Por: Hélio Cristóvão
“O mercado português ainda é muito restrito aos actores africanos”
Quem acompanhou a sitcom angolana “Makamba Hotel” confirma que uma das personagens deste projecto de ficção que se tornou inesquecível para os angolanos é a “Dona Kamia”, proprietária do hotel mais famoso de Luanda. No entanto, de 2009 para cá, data em que foi transmitido pela TV Zimbo, pouco ou quase nada se ouviu falar da actriz. Mas afinal, por onde ela anda? Nós encontramo-la.
Aos 50 anos de idade, a actriz, natural de Benguela, que há 38 anos reside em Portugal, conta que a sua vida de actriz começou em 1997, na altura, como figurante de uma agência de eventos. “No mesmo ano, fiz parte de uma companhia de teatro como figurinista, produtora e actriz da peça ‘King I have a dream’, musical-teatro de Thiago Justino, referente aos 30 anos da morte de Martin Luther King”, começou por contar.
Apesar de actuar no teatro, Luíza conta que Makamba Hotel foi o seu primeiro trabalho para a televisão. “Interpretar D. Kamia foi um desafio grande e de bastante responsabilidade, pelo facto de ter sido o meu primeiro trabalho para Televisão e como protagonista, visto que o personagem não tinha nada de Luíza, foi maravilhoso construí-la e vê-la crescer consoante a serie ia avançando.”
Depois de Makamba Hotel, a actriz participou nas novelas “Voo directo”, “Windeck”, “A Impostora”, “Alma e Coração” e na Sitcom “Querida Preciosa”.
Além dos trabalhos como actriz, ela desempenha as funções de DJ, artesã e chefe de cozinha.
Sobre a razão pela qual pouco aparece na televisão portuguesa, Luíza justifica, dizendo que o mercado português ainda é muito restrito aos actores africanos, pelo que, as oportunidades são infelizmente mínimas.
“Acho que temos actores e actrizes fantásticos e muitas histórias interessantes para contar. Tenho apreciado trabalhos humorísticos como “Conversas de quintal” e “Os Tuneza”, bem como filmes de carácter mais dramático ou histórico como “Santana” e “Njinga”. Todos têm muita boa qualidade e deixo aqui um desejo de sucesso para todos os colegas angolanos, e espero um dia podermos fazer algo juntos.”