Os restos mortais do compositor e cantor José António Janota, Zecax, falecido domingo, vítima de doença, na República da Namíbia, foram enterrados hoje, sexta-feira, no Cemitério do Alto das Cruzes, em Luanda.
No último adeus ao cantor Zecax os músicos presentes foram cantando os seus sucessos, tais como “Undengue Uami”, “Fim-de-semana”, “Caminhar é difícil”, “Mana Tita”, “Maximbombo”, “Donzela”, “Independência”, “Parte o braço”, entre outros temas. Momentos antes de a urna ser depositada na cova,
No elogio fúnebre, o vice-presidente da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC) para a área de música, Massano Júnior, afirmou que a obra de Zecax não será esquecida, tendo em conta que inspirou a nova geração para a preservação dos ritmos angolanos.
enfatizou que Zecax deixa, seguramente, um testemunho de artista, sempre na preservação do semba, que é a marca da música popular angolana.
“Ele era um músico com uma sensibilidade fantástica e fez um paradigma dentro da música popular angolana, num misto com a tradicional e com a moderna”, disse.
De acordo com Massano Júnior, homens da grandeza de Zecax nunca partem, porque os seus feitos vingam para todo o sempre, nos corações dos amigos, familiares, colegas, fãs e de todos que o conheceram.
José António Janota nasceu a 2 de Junho de 1956, no Sambizanga, em Luanda.
Ao longo da sua carreira musical, Zecax fez parte do histórico agrupamento “Kissanguela”, em 1976, formação musical ligada à JMPLA, como cantor, gravando o seu nome nesta importante banda musical, que representa o ponto mais alto da canção revolucionária.
Era das vozes mais prestigiadas do agrupamento musical “Jovens do Prenda”, deixando para a história dessa formação os sucessos “Undengue Uami”, “Makota mami” e “Fim-de-semana”. É também autor de “Caminhar é difícil”, “ Mana Tita “ e “ Caçador”. Nos Kiezos, interpretou “Maximbombo”, “Boleia” e “Donzela”.
Zecax integrou ainda os agrupamentos “Angolenses”, “Mini Bossa”, “Diamantes Negro”, “Os Merengues” e “Semba África”.
Desde Setembro deste ano, Zecax preparava o seu primeiro disco a solo, intitulado “Avó Sara”, uma síntese da sua trajectória artística de 30 anos, e que seria dedicado à sua avó, que muito o incentivou na carreira musical.