Por: Iraneth da Cruz
Apesar de se licenciar em Administração de Empresa, é como actor que ele se apresenta e gosta de fazer. Ricardo Tozzi entrou num curso de teatro na Teatro Escola Macunaíma. Após quatro anos de estudo, tentou um teste e foi aprovado na Oficina de Actores da TV Globo e abandonou a carreira como executivo para se tornar actor.
O jovem actor estreou-se na televisão em 2006. De lá para, cá Ricardo já participou em várias novelas e séries, já foi indicado em alguns prémios e em 2011 venceu como “Actor Favorito” e 2012 “Gato do Ano” nos prémios “Meus Prémios Nick”.
De momento, Ricardo Tozzi faz pela primeira vez o papel de vilão na novela das 18 horas da TV Globo “Orgulho e Paixão”
PLATINALINE: Pode falar um pouco sobre o Xavier Vidal, o seu novo personagem em “Orgulho e Paixão”?
Ricardo Tozzi: O Xavier é o primeiro vilão que eu faço. Ele é uma pessoa muito ambiciosa e sem escrúpulos. Ele sente-se meio dono do território e não quer que ninguém o atrapalhe. Quando chega a Rainha do Café (Julieta, interpretada por Gabriela Duarte), ela começa a atrapalhar um pouco a vida dele. O Xavier trata mal as pessoas e não respeita os seus funcionários.
PLATINALINE: E o que o público pode esperar do Xavier?
Ricardo Tozzi: O Xavier tem uma ambição desmedida e esse é um tipo de sentimento que as pessoas escondem e que ninguém assume. Ele é um uma pessoa falsa, ambiciosa, mas que se faz de bonzinho. Quer dizer, eu não acho que o Xavier seja tão diferente de pessoas que circulam na nossa realidade.
PL: Como é a relação do Xavier com os Pricellis?
RT: A trama tem lugar numa época em que os cafeicultores precisavam muito de mão de obra. E com a chegada dos italianos, o Xavier explora e trata-os quase que como escravos. Ele paga essas pessoas quando quer. O Xavier não respeita a família Pricelli de forma alguma, tanto que já no início da trama, ele demite um menino da família porque acha o menino insolente. Na sua fazenda, ele quer que tudo funcione do seu jeito, quer que as pessoas trabalhem muito e que os funcionários sejam gratos por isso.
PL: O que esse personagem te traz de mais desafiador?
RT: Tenho a certeza de que ele será desafiador para mim e eu nem sempre começo um novo trabalho com essa premissa. Eu acho que o Xavier é muito diferente de mim. Eu estava a tentar descobrir de onde vem todo o rancor e ódio que ele sente pelo personagem do Malvino Salvador, o Coronel Brandão. E, para mim, é desafiador encontrar essa alma que não respeita ninguém e que se acha melhor do que os outros. Vem de um lugar que eu desconheço e é esse que é o bom nesse trabalho. No final das contas, ele faz coisas como colocar fogo num cafezal para poder comprar a fazenda mais barata. É um acto muito marginal, é sem escrúpulos. E o meu desafio quanto actor é entender o momento em que ele faz essa escolha, que decide ser mau-carácter.
PL: Qual é a sua expectativa quanto à exibição da novela?
RT: A novela é muito linda! Tem lugar numa época em que o Brasil estava a prosperar com o café. Tem uma cenografia e um figurino muito bonito! Também adoro o filme “Orgulho e Preconceito”, baseado no livro de Jane Austen, autora que é fonte de inspiração para a novela. Enfim, é uma trama leve e divertida e que, ao mesmo tempo, vai falar da gente, de um momento histórico do Brasil, e isso vai ser muito legal.