A Sociedade Angolana de Direitos do Autor – SADIA iniciou a monitorização de Rádios e Canais de televisão do território nacional, no dia 1 de Julho do corrente ano, através de um sistema próprio.
O Director do departamento tecnológico da SADIA, Eng.º Cássio Caposso Cristovão, informa que o sistema monitora todos os conteúdos dos associados e é possível identificar os mesmos em menos de 2 segundos, onde inclui também mais de 120 milhões de músicas. O sistema, além de estar a controlar as rádios e TVs Angolanas todos os dias, ininterruptamente, verifica mais de 1.700 TVs, 6.500 rádios e mais de 10.000 discotecas, bares, supermercados e shoppings em 85 países.
Os supermercados, restaurantes e shoppings em Angola vão começar a ser monitorizados a partir de Outubro de 2020, como prevê o artigo 24º do Decreto Presidencial 114/16 de 30 de Maio de 2018.
A SADIA é a sexta Entidade Colectiva de Gestão de Direitos Autorais (ECG) em África a usar esse sistema que já é usado em mercados mais desenvolvidos há muito tempo, como Israel, Estados Unidos, França e outros. Em África, as congéneres da SADIA, que utilizam esse mesmo sistema, são a SAMRO, na África do Sul, a KOPIKEN, no Kenya, a MCSN, na Nigéria, a GHAMRO, no Gana, e a ONDA, na Argélia.
O novo paradigma do mundo exige que as associações como a SADIA sejam munidas de tecnologia e, nos últimos meses, tem-se investido em tecnologia de ponta para a organização do mercado musical angolano.
Este sistema ajudará na transparência da recolha e distribuição dos rendimentos de direitos autorais, possibilitando-nos ter uma noção real dos números de vendas digitais (Streaming), assim como das restantes plataformas acima mencionadas. Isso terá efeitos positivos para o mercado, tais como: Atribuição de discos de Ouro e Platina e os investidores de música vão ter uma base para estudos de viabilidade do negócio musical no mercado angolano.
A SADIA tem trabalhado para atrair investimento estrangeiro para ajudar a indústria musical e a cultura a crescer. Temos plena certeza de que a música angolana tem um grande potencial, porém é necessário estarmos organizados e implementarmos regras. O estado angolano já cumpriu a sua parte em aprovar a lei 15/14 de 31 de Julho, de direitos de autores e conexos, e continua a apoiar com aprovação de decretos em matéria de defesa dos direitos autorais.
Apelamos aos intervenientes do mercado musical que fiquem atentos aos sinais do tempo e à adaptação da indústria musical que tem mudado muito nos últimos 10 anos e voltará a mudar devido à pandemia do COVID-19. Igualmente apelamos a todos os artistas e detentores de direitos autorais a chegarem junto à SADIA para declarar as suas obras.
A SADIA tem trabalhado muito nos últimos tempos para dignificar a classe artística nacional, e para que os grandes players do mercado mundial da música, tais como a Sony Music Entertainment, a Universal Music Group, editoras e distribuidoras como a Altafonte e outras, comecem a actuar em Angola. Algumas delas já mostraram interesse em entrar no mercado e acreditamos que nos próximos meses teremos novidades.
