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    Uma fahita, por favor!

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    O Jornal O Pais fez uma mega reportagem esta semana sobre os novos habitos alimentares dos angolanos e destacou o consumo da Fahita. A fahita é confeccionada com carne de carneiro, vaca e porco, frango, camarão e pão sem fermento. Hoje enquadra-se nas chamadas fast food – comidas rápidas e é um dos alimentos mais consumidos pelos luandenses. Os consumidores optam actualmente mais pela fahita, pelo facto de ser uma nova descoberta alimentar no seio dos cidadãos nacionais que, com a chegada dos muçulmanos, vai proliferando por Luanda adentro.

    O jovem Helder, 31 anos, estudante de gestão, garante à reportagem de O PAÍS no restaurante AL Amir, nas imediações do Xamavo, que consome mais a fahita do que os outros pratos de origem muçulmana. O jovem confessa que saboreou pela primeira vez o pão sem fermento no Dubai, onde se encontava em passeio turístico e hoje faz do Al Amir a sua casa predilecta, sempre que quiser comer uma fahita.

    Helder elogia a presença destes serviços, pelo facto de garantir mais empregos aos jovens angolanos que têm formação na área de hotelaria e turismo, além de que alguns não vendem bebidas alcoólicas. O restaurante AL Amir é de origem libanesa e, apesar de ser de segunda classe, a fahita é dos alimentos mais solicitados pelos clientes. Os outros pratos são servidos por encomenda. O uso e consumo de bebidas alcoólicas não são permitidos no local. Mesmo estando em Luanda, onde os hábitos e costumes são diferentes, os muçulmanos cumprem à risca com estes princípios. Os clientes consomem água, sumo e gasosas.

    Os apreciadores da cerveja ou do vinho preferem encomendar “takeaway” e procurar um local que se adapte ao seu ambiente. O gerente do AL Amir, Délcio Faria, garante que o seu restaurante é muito concorrido, sobretudo aos fins –de semana, porque algumas pessoas preferem experimentar outros pratos para além da fahita.

    Delcio Faria adianta que raras vezes confeccionam pratos típicos angolanos. Segundo o gerente tal acontece mais quando se trata de pedidos que estão ao dispor da casa. O responsável reconhece que com a abertura de outras casas, o preço da fahita tende a uniformizar-se, porque cada casa pratica o seu preço.

    No AL Amir, a fahita custa 800 Kwanzas.No Alvalade, Rua Garcia de Resende, localiza-se o restaurante Bell France, um dos pioneiros na venda das fahitas na cidade de Luanda. Outros pratos fazem parte do menu da casa. No estabelecimento, a reportagem de O PAÍS tentou contactar a respectiva gerência para saber mais sobre o quotidiano dos clientes e dos funcionários, mas sem sucesso.

    O funcionário em serviço fez saber que o gerente estava ocupado e que voltássemos no dia seguinte. De volta ao local, o mesmo funcionário disse que o gerente havia saído, alegando que estaria disponível no outro dia. Mesmo sem as palavras do gerente, pessoas de vários estratos sociais estavam no local a consumir o produto. Enquanto uns esperavam, outros aproveitavam o tempo para ler os jornais de fim-de-semana. Nesta zona existem mais casas que comercializam a fahita, mas é ao Bell France que a maior parte das pessoas se dirige. O conforto e a forma como são tratadas atraem cada vez mais os clientes. Pedro Silva, abordado no local pela reportagem do O PAÍS disse que sempre que vai à discoteca toma o pequeno almoço no Bell France por estar acostumado a comer fahita todas as manhãs. Enquanto esperava pela fahita, Silva tomava uma água para repor as energias, até porque, confessou, a noite na discoteca fora dura. O jovem é cliente assíduo do restaurante.

    No Kinaxixe, o Big Bite, é a casa indicada para se saborear uma fahita, apesar de existirem restaurantes e casas especializadas em venda de hamburguers e cachorros quentes. Neste momento o Big Bite está encerrado para obras e balanço. A casa só reabre as portas ao público no próximo mês, tazão porque a equipa de reportagem não conseguiu apurar se é ou não pertença de cidadãos muçulmanos. Um outro estabelecimento de fahita e pratos típicos muçulmanos localiza-se no Morro Bento junto do Instituto Superior Politécnico Metropolitano (IMETRO). O restaurante é frequentado pelos estudantes desta instituição de ensino. Os estudantes optam mais pela fahita por ser um “fast food” e com várias opções, com excepção para a carne de porco. A carne suína não faz parte dos hábitos e costumes destes povos.

    HAMBURGUER PERDE TERRENO

    Com a comercialização da Fahita um pouco por toda a cidade, os hamburguers e cachorros quentes vão perdendo terreno. Hoje, os consumidores optam mais produto confeccionado no restaurante dos libaneses.

     

    ‘NOVOS HÁBITOS DEVEM-SE À ENTRADA DE ESTRANGEIROS’


    O professor de Sociologia da Universidade Jean Piaget, Zeca Branco Dias, diz que o processo de introdução de novas formas alimentares no espaço urbano e Luanda não é de hoje, o movimento começou no princípio dos anos 90 com a chegada dos muçulmanos e dos povos da África do Oeste. O sociólogo afirma que com a entrada destes cidadãos no país houve uma transformação na forma de ser e estar dos luandenses.O cachorro quente e os hamburguers são das primeiras formas de alimentação do tipo fast food ou “take-away” que, nos anos 90, se impuseram  em Luanda ou, se quisermos, em Angola. Zeca Dias adianta que este fenómeno resulta do pro cesso de migração das pessoas no mundo.

    A fahita está a impor-se no espaço cultural angolano por ser um novo produto alimentar. Os hamburguers e os cachorros quentes estão a perder para a nova concorrência.

    Hoje há mais opções. De acordo com o docente universitário, a abertura destes restaurantes garante mais emprego aos cidadãos nacionais, sobretudo os formados na área de hotelaria e turismo. O sociólogo é de opinião que os empresários nacionais ligados ao ramo hoteleiro deveriam divulga mais a gastronomia angolana. Os profissionais deviam criar, por exemplo, “mufetérias”ou restaurantes onde pudessem comercializar pratos típicos angolanos, evitando assim que o etnocentrismo cultural “alimentar” de outros povos se sobreponha aos nacionais.

    Sem desprimor, é importante que se criem políticas proteccionistas, porque as sociedades devem preservar os seus hábitos e costumes.  Zeca Dias diz que é importante criar-se uma equipa multidisciplinar para fazer um estudo sobre o produto em questão, atendendo a que ele está a ser muito consumido pelos luandenses, quiçá em todo o país.

    O docente universitário revela que várias universidades americanas provaram cientificamente que o hamburguer e o cachorro quente são prejudiciais à saúde humana pelo facto de serem muito gordurosos.

    Quanto à fahita, vários estudos estão a ser feitos, pelo que nos próximos tempos haverá várias conclusões sobre a matéria.Segundo o sociólogo é importante haver a intervenção de todas as áreas do saber para se analisar minuciosamente as vantagens e desvantagens do produto.

    Zeca Dias avança que os problemas de saúde pública só são evitados a partir do momento que o cidadão tem noção do tipo do alimentos que consome.

    * Fonte: Jornal o Pais 

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