Por: Vídia António
Yannick Afroman foi o primeiro cantor angolano que provocou uma enchente no estadio dos Coqueiros em 2008.
Autor do álbum “Mentalidade“, Yannick arrasta multidões com as suas mensagens pertinentes sobre a vivência da sociedade angolana. O rapper voltou ao mercado com o mais recente álbum intitulado “Terra a Terra“ lançado a 21 de Dezembro 2014 na praça da independência e em outros locais de venda em Luanda.
Recentemente em entrevista à um órgão de informação, o cantor afirmou que os músicos em Angola não vivem da venda de CD’s, mas sim de espetáculos e quando não têm espetáculos regulares são obrigados a fazer músicas descartáveis para atingir a repercussão imediata.
Para o músico, a música angolana cresceu bastante desde o alcance da paz em 2002 e faz-se presente em todos os locais e mais presente ainda no quotidiano.
Quando começou a dar os primeiros passos no mundo da música, a família não concordou, pois achava que a música não era o melhor caminho a seguir para se afirmar na sociedade, depois de uma batalha renhida hoje é um orgulho para os seus familiares, porque conseguiu mostrar aos demais que estava certo daquilo que sempre almejou.
“É verdade que há um crescimento, mas só em termos de quantidade, pois a qualidade ainda é baixa. É natural que haja pouca qualidade, mas a tendência é melhorar cada vez mais porque ser músico em Angola é difícil. Somos muitos. Mas existem alguns com sorte, como eu, que depois de muita luta conseguimos abrir determinadas portas. Não é fácil para um músico investir tanto na publicidade e na produção de um disco e levar ao Parque da Independência.
Hoje o público consumidor já está a exigir qualidade e esta qualidade não fica abaixo dos 10 mil dólares. O músico não vive da venda de discos, o músico vive dos espetáculos e quando não tem espetáculos fica difícil pois nem todos têm espetáculos regulares, apesar de colocarem discos no mercado com muita qualidade.
No mercado musical angolano só consegue sobreviver, sublinho, só consegue sobreviver quem tem música realmente a bater nas rádios e televisões. Esta é uma das grandes razões que leva muitos artistas a apostarem em produtos descartáveis, porque são obrigados a cada fim-de-semana colocar no mercado uma música que fique na boca do povo. Desta forma já não é arte, mas sim comércio” – afirmou Yannick.