Por: Nelma Inglês
“O mundo da música angolana é, até certo ponto, hipócrita, porque a frente, uns dos outros, todos convivem, mas sinto que há uma separação que cresce cada vez mais entre os músicos e toda equipa que trabalha por de trás dos artistas,” foram essas as primeiras palavras usadas pela conceituada cantora angolana, Yola Semedo, quando fazia uma análise sobre a relação existente entre os artistas no universo da música angolana, na noite de sexta-feira, 18, no programa Vida dos Famosos, da Palanca TV, com Irina Mirandela e Feliciano Pacheco.
Enquanto justificava a sua opinião, a artista deu um exemplo na primeira pessoa para melhor percepção dos telespectadores: “Aos poucos, noto que, por exemplo, eu, Yola, por ser uma mulher de sucesso, quero permanecer assim o resto da vida, mas já me começa a fazer confusão se aparecer outra rapariga que tenha o mesmo potencial e que, de repente, as pessoas também gostem tanto quanto gostam de mim”, exemplificou a vocalista principal da banda Impactus 4.
Yola disse que acha que essa prática referida é muito má, até porque o mercado musical angolano é espaçoso e os músicos são poucos, porém o que se verifica nos espectáculos é que os artistas que actuam são sempre os mesmos, sublinhou.
Ainda insatisfeita, a artista continuou: “Há uma barreira muito grande que se coloca aos que estão a começar a fazer música e nós os veteranos devíamos nos preocupar em dar a mão aos caloiros e passar o testemunho para que eles possam dar continuidade à música angolana assim como fizeram Elias Dya Kimuezu, Eduardo Paím e outros. E se os nossos músicos continuarem com este comportamento negativo, quem perde é a nossa cultura”, rematou.