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    A Oeste Nada de Novo – A Surreal Internacionalização Do Kuduro [Por Soba L]

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    Do senso comum nasceu o kuduro e no bom senso perdeu-se a sua integridade. Relativamente a este genero musical, confesso, com algum embaraço, ser apenas um leigo na matéria, anos-luz de ter uma opinião autorizada digna de ombrear com as teses pós-modernistas do ilustre Coréon Du. Entretanto, volvidos alguns anos a devorar algumas sebentas de história universal, julgo ter aprendido uma ou duas coisas sobre esta disciplina artística (Música ), e um desses aprendizados, diz-me o seguinte: Digníssimos Nikkaz e saudosas Vagabas, Não se massifica um gênero musical com decretos e despachos presidências, Não se conquistam consumidores de um determinado gênero musical, com ordens de serviço e pareceres administrativos.

    Angola, nunca recebeu a visita dos mais altos magistrados da cultura norte-americana, para que o povo angolano aderisse ao consumo do Rap, R&B, Soul e Jazz. Angola, nunca recebeu a visita dos Directores Culturais brasileiros, para que o povo angolano aderisse ao consumo da bossa-nova, pagode e samba. A arte é omnipresente, universal e intemporal, não conhece fronteiras nem nacionalidades, expande-se de forma expontânea e involuntária. A cultura é inalienável, insuceptivel de ser vendida e divulgada como um artigo físico numa bolsa qualquer da miu-miu ou burberry.

    i-love-kuduro

    O Kuduro, é uma manifestação cultural, é o produto da expressão espiritual dos nossos manos das comunidades periféricas angolanas. É um gênero musical relativamente novo, com poucos anos de estrada, um gênero em fase de construção, tanto a nível conceptual como a nível técnico para que o mesmo seja imortalizado na memória coletiva angolana, tal qual o Semba e o Kilapanga. A internacionalização do Kuduro (música e dança) terá de seguir, o mesmo itinerário de outros gêneros universais, terá de ser um processo expontâneo, involuntário, influenciado por substratos sociológicos nacionais, regionais e internacionais. É um falso debate, o que se tem travado a Oeste, segundo o qual o Kuduro, precisa de mais apoio estatal, para a sua internacionalização. São anedóticos e folclóricos esses apelos com bastante agravos. Não se internacionaliza um gênero musical com apoios do estado ou empresários privados.

    A internacionlização de um gênero musica , obtêm se com o binômio tempo-qualidade, serão precisos muitos mais anos de trabalho interno. Elevar-se o número de Kuduristas das centenas para os milhares, consolidar o gênero a nível nacional, regional, continental e só depois a nível internacional, e é algo que os Kuduristas têm de obter por mérito, os apoios estatais não são fundamentais.

    Os N.W.A foram um grupo de rap norte-americano antagonistas ao governo americano da época que apesar dos bloqueios e censuras, em 1992 já tocavam nas rádios cassetes do Kool Klever e Afroketh, ambos localizados algures na Costa Ocidental Africana. Como? arte é isso, pura magia, a sua expansão e divulgação não se explica a nível da razão, é uma febre que não conhece fronteiras. Façam quantas viagens quiserem para Holanda, França e Alemanha, obterão bons resultados em termos econômicos para os artistas inseridos nesses projectos, mas jamais vão imortalizar a vossa obra dessa forma. Já dizia o Zé-Povinho: Respeito não se compra, parem de corromper as pessoas para que gostem do nosso Kuduro. Quando o Talento vem de dentro, ser o melhor é apenas uma questão de tempo, se acham que os Namayer, Cabo e Francis, são bons artistas, então não se preocupem, o reconhecimento internacional será apenas uma questão de tempo, sem apoios de empresários nem governos, assim como o Jimmy P é consumido euforicamente na minha zona no Cunene mesmo sem acções concertadas do Ministério Da Cultura De Portugal e o Governo Provincial do Cunene.

    Soba L (Mardilénio Hifewa) www.sobalismo.blogspot.com

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